Marcelo Freixo, do PSB, é deputado federalDivulgação/Câmara dos Deputados

Esta nota foi atualizada para informar a aprovação da proposta, bem como incluir manifestações de Marcelo Freixo e de Alessandro Molon, ambos do PSB.
O caldo na aliança costurada por Marcelo Freixo para a sua candidatura engrossou mais um tanto. A Executiva estadual do PT-RJ aprovou a resolução apresentada pelo presidente fluminense, João Maurício, propondo o rompimento do acordo. O dirigente estadual e atual vice-presidente nacional da sigla, Washington Quaquá, já havia feito movimento semelhante semanas atrás.
"Companheiras e companheiros, acabo de apresentar uma resolução a Executiva Estadual do PT-RJ solicitando o rompimento da aliança com Marcelo Freixo Governador. Em função da manutenção da candidatura avulsa e divisionista de Alessandro Molon ao Senado Federal sustentada pelo Presidente Nacional do PSB", escreveu o petista em seu perfil no Twitter.
O motivo é o mesmo anterior: a insistência do PSB na candidatura de Alessandro Molon ao Senado. O presidente nacional dos socialistas, Carlos Siqueira, declarou que não iria interferir em decisões tomadas pelos estados: em sua convenção fluminense, a postulação do deputado federal foi aprovada.
Marcelo Freixo, no entanto, acredita em uma resolução: "Nós sempre trabalhamos pela união e temos a convicção de que o presidente Lula caminhará ao nosso lado", diz o pré-candidato.
Já Alessandro Molon argumenta que a unidade do campo democrático deve ser construída em torno da derrota do Bolsonarismo: "Nossa pré-candidatura já tem o apoio de quatro partidos – PSB, PSOL, Rede e Cidadania – e aparece em primeiro lugar na última pesquisa para o Senado. Mais uma vez reafirmo: não fiz e não participei de qualquer acordo para ceder ao PT a vaga para o Senado. Temos o dever de derrotar o bolsonarismo no Rio de Janeiro. Isso é o mais importante e é em torno disso que a unidade do campo democrático deve ser construída. Não podemos repetir os erros do passado. O momento gravíssimo que o Rio de Janeiro enfrenta exige bom senso e responsabilidade"
Leia abaixo a íntegra da resolução, assinada pela Comissão executiva estadual PT-RJ:
"Nos últimos meses, um debate dividiu a coligação de apoio a pré-candidatura de Marcelo Freixo ao governo, foi a insistência do deputado Molon, com apoio de parte da Direção Nacional do PSB, em manter a sua candidatura divisionista ao Senado.

Esse descumprimento de um acordo feito entre Molon e Freixo, entre o PT e o PSB, nos dividiu, com parte da esquerda atacando o nosso companheiro André, pré-candidato do PT ao Senado, numa campanha sórdida nas redes, como não se via faz anos.

A aventura da candidatura divisionista se manteve, mesmo após o Ato na Cinelândia, mesmo após os posicionamentos do próprio Marcelo Freixo, Flávio Dino, Márcio França e Danilo Cabral em defesa da unidade e cobrando o cumprimento do acordo. Aliás, Marcelo Freixo sempre defendeu a unidade da coligação apostando primeiro no convencimento do deputado Molon, confiando no Acordo firmado entre os dois, e depois pressionando Molon e a Direção Nacional do PSB.

Na nossa boa fé, e na nossa crença na importância do cumprimento de acordos, sabendo da nossa responsabilidade na construção de uma coligação de 8 partidos, aguardávamos até agora por uma definição final da Direção Nacional do PSB. Todavia, fomos surpreendidos pela defesa do Presidente Nacional do PSB da manutenção da candidatura divionista e aventureira de Molon.

Consideramos que a divisão na coligação majoritária inviabilizará um palanque forte para o Presidente Lula, inviabilizará as nossas candidaturas majoritárias, tanto Freixo, como o André. Não aceitamos mergulhar nosso partido e nossas campanhas em uma guerra fratricida. Não faremos o jogo pequeno das prioridades pessoais, da manutenção de mandatos proporcionais a todo custo, como é a prioridade de alguns setores.

Reafirmamos a candidatura do nosso pré-candidato André Ceciliano ao Senado, candidatura aprovada por unanimidade no Diretório. Desde 2019, André liderou a ALERJ defendendo a UERJ, os servidores, e a democracia contra os ataques da ultra-direita. André nos representa.

Mas nesse cenário, infelizmente não é mais possível manter o apoio a candidatura Freixo ao governo do Estado. E vamos, nos próximos dias, debater alternativas de coligação majoritária com a Direção Nacional do PT e com os partidos da Federação para que tenhamos um forte palanque do Lula no nosso Estado".