Demanda por instalação ou conserto do ar-condicionado cresceu 35% na plataformaFreepik

A primavera começou agora, mas já vale a pena pensar nas altas temperaturas do típico verão carioca. Para não ficar na mão, é importante fazer aquela revisão no aparelho de ar-condicionado ou ainda adquirir um novo. Segundo o aplicativo GetNinjas, a demanda pelo serviço de instalação/conserto do aparelho cresceu 35% em agosto na comparação com julho. Se você precisa de ajuda para escolher um modelo, Ércules Vieira, técnico em refrigeração cadastrado na plataforma, tem algumas dicas. Confira:
Gasto de energia
Apesar do frio ou do calor, há aqueles que sequer sentem vontade de pesquisar o preço de um ar-condicionado porque caem na "fake news" de que o aparelho consome muita energia elétrica. De acordo com Ércules, a instalação e o uso de um ar-condicionado acabam tendo um melhor custo-benefício se comparada com a técnica de calefação (de aquecimento dos ambientes), que demanda mais eletricidade, pois utiliza um sistema elétrico mais complexo.

Modelos

Ao pesquisar qual tipo de ar-condicionado comprar, o consumidor verá que os diversos modelos têm suas vantagens e desvantagens. O aparelho de janela oferece o benefício de não requerer manutenção constante, mas demanda mais energia elétrica e exige que o consumidor quebre a parede para instalá-lo. Já o ar portátil tem o diferencial de poder ser levado para qualquer lugar, mas costuma ter um preço elevado e não tem o mesmo desempenho que os aparelhos convencionais. Por fim, o "split" é o modelo mais moderno, mas também demanda um custo considerável para instalação e manutenção. "Pela minha experiência no ramo, o ar-condicionado mais vantajoso para o consumidor é o modelo split inverter", comenta o profissional. Ércules explica que esse tipo é interessante, pois há diversas vantagens como menor consumo de energia elétrica, não produz ruídos e tem uma maior durabilidade e eficiência do que os aparelhos comuns, pois atinge rapidamente a temperatura desejada sem desgastar tanto as peças.

Locais de instalação

Os locais ideais para a instalação do ar-condicionado são os espaços do imóvel nos quais as temperaturas ficam à mercê das variações naturais das estações. Sendo assim, dependendo da casa ou do apartamento, o aparelho deve ser colocado na sala, no quarto ou no escritório, por exemplo. Entretanto, é certo que o eletrodoméstico deve ser posto sempre no centro da parede, pois nos cantos o item perderá rendimento e gastará mais energia.

Síndico precisa ser avisado sobre a instalação

O arquiteto Fernando Santos, diretor da Santos Projetos, complementa que é importante estimar a carga térmica do local para que a potência do sistema seja compatível e tenha bom desempenho. “O cálculo da carga térmica a refrigerar do ambiente depende de vários fatores entre eles tamanho, orientação em relação ao sol, tipos de cobertura e uso, aparelhos eletroeletrônicos em seu interior, e quantidade de pessoas que habitam ou usam etc. Um modelo subdimensionado vai consumir mais energia para refrigerar um ambiente do que um de maior potência, além de ter sua vida útil muito reduzida. Em residências, as cargas térmicas são muito previsíveis. As lojas especializadas têm tabelas que ajudam no cálculo simplificado e na especificação do sistema e potência mais adequados”, explica Santos.

Antes de fechar a compra, o especialista lembra que ambientes que recebem sol da tarde são mais quentes que aqueles que recebem sol da manhã. Deve-se considerar ainda se há insolação direta ou se existe algum elemento que quebre a entrada do sol no local, como árvores e outros prédios. “Em um condomínio, o último andar é sempre mais quente que os que estão abaixo, pois recebe insolação direta em sua cobertura. O tipo de cobertura também influencia muito. Locais com laje de concreto sem telhado acumulam muita carga térmica. Assim como as telhas metálicas sem laje que transferem carga térmica mais intensa e rapidamente que as de fibrocimento ou de barro (cerâmicas)”, conta o arquiteto. Outro alerta é comunicar a instalação ao síndico, pois se trata de um serviço que interfere na fachada do prédio. “Cada condomínio tem suas próprias normas e é importante esse contato para que o síndico passe as regras locais”, observa.