Esses primeiros dias de 2021 têm dado uma prévia ao novo governo carioca — e ao funcionalismo — sobre as dificuldades financeiras a serem enfrentadas neste semestre. O prefeito Eduardo Paes admitiu ontem o que o secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo, havia dito à coluna na última terça-feira: o pagamento em dia do salário de dezembro (ou seja, amanhã) não está garantido.
Na verdade, a avaliação nos bastidores da Prefeitura do Rio é que o quadro caótico das finanças pode prejudicar o depósito das próximas folhas salariais no prazo oficial, que é o quinto dia útil. Principalmente pelo fato de a gestão anterior ter deixado duas folhas em aberto: a do 13º salário (falta pagar para quem ganha acima de R$ 4 mil) e a de dezembro.
Os trabalhos agora serão para reequilibrar as contas e conseguir quitar os próximos vencimentos em dia, o que também, segundo alguns governistas, inicialmente será difícil. E a retomada do calendário de pagamento no segundo dia útil não é vista como viável para esse primeiro semestre enquanto não houver incremento de receita no caixa.
TITULAR DA FAZENDA FEZ ALERTA
Paes deu a declaração ontem ao visitar o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte. E disse que não pode se comprometer com o crédito no prazo oficial, que é amanhã, quando cai o quinto dia útil.
Titular da Fazenda, Pedro Paulo foi categórico, na última terça-feira, ao desenhar o cenário encontrado: “É muito difícil, é de terra arrasada”.
O secretário afirmou que, para quitar a folha de dezembro (o que deveria ser feito com recursos orçamentários de 2020, e não de 2021), a prefeitura usará a receita obtida já no início deste ano.
"Os resultados da arrecadação e as disponibilidades (de caixa) são muito baixas. As informações que a gente tem aqui são de que há pouca possibilidade (de quitar no quinto dia útil)", admitiu o secretário.