Armamento da Guarda Municipal coibirá atuação da milícia, diz secretário
Segundo o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, a permissão será para grupamentos táticos
Por PALOMA SAVEDRA
O armamento da Guarda Municipal do Rio de Janeiro é um dos projetos defendidos pelo prefeito Eduardo Paes (DEM) nesse início de governo. Ao apresentar diversas propostas aos vereadores cariocas, nesta sexta-feira, Paes afirmou que, em relação à GM-Rio, apoiará o texto que já está na Câmara, de autoria de Jones Moura (PSD). No entanto, posteriormente, será necessária uma regulamentação da norma para detalhar quais grupos serão armados.
Segundo o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, a permissão será para grupamentos táticos. Ele defendeu ainda que o uso dos equipamentos letais ajudará a coibir a atuação de milícia. Por exemplo, na fiscalização contra construções irregulares.
Autor da proposta, Jones Moura disse à coluna que, em conversas que teve com o governo, foi informado que a GM vai "se debruçar no treinamento e na capacitação e formação desse agentes". "Eles vão atuar prioritariamente no turismo, comércio e em áreas inclusive onde a milícia encontra espaços para oprimir os cidadãos”, afirmou o vereador.
De acordo com as informações, inicialmente serão treinados o GOE (grupamento de operações especiais), o grupamento tático móvel, o grupo de cães da GM (GCG) e a patrulha Maria da Penha da GM-Rio.
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CRÍTICAS
O Psol foi representado no encontro por três vereadores (Tarcísio Motta, Monica Benicio e Thais Ferreira). Eles decidiram sair do Palácio logo depois que o prefeito concluiu a apresentação, pois, segundo eles, não houve o distanciamento social adequado no local.
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Motta e as vereadores são contra o projeto. E também marcaram posicionamento contrário à reforma previdenciária, que prevê o aumento da alíquota de contribuição previdenciária de 11% para 14% dos servidores.
"O armamento da Guarda não resolveria não resolve o problema da segurança pública no Rio. Armar a Guarda Municipal é ruim para o Rio de Janeiro", declarou Tarcísio, emendando que "o déficit da previdência também não se resolver aumentando o desconto do funcionalismo".
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Thais Ferreira criticou a ausência da pauta de combate à covid-19: "Isso para a gente é pauta prioritária". A vereadora afirmou ainda que os projetos de ajuste fiscal não serão a solução para as contas da cidade: "Não se combate desigualdade social com reajuste fiscal”, declarou.