Estado pode ir à Justiça contra lei que divide receitas previdenciárias aos Poderes
Casa legislativa derrubou ontem vetos do Executivo a projetos que tratam de temas discutidos no âmbito da recuperação fiscal
Plenário da Alerj analisou vetos na sessão desta quinta-feira - Divulgação
Plenário da Alerj analisou vetos na sessão desta quinta-feiraDivulgação
Por PALOMA SAVEDRA
Como esperado, a Assembleia Legislativa do Rio derrubou ontem dois vetos do governo a projetos que tratam de temas discutidos no âmbito do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Um modifica a legislação previdenciária e o outro garante a implementação do Plano de Cargos e Salários (PCCS) da Saúde durante a vigência do regime. Nos bastidores, o Executivo estuda acionar a Justiça para barrar as leis — que serão promulgadas pelo presidente da Casa, André Ceciliano (PT). Oficialmente, ainda não há essa confirmação.
O PLC 40, de autoria de Ceciliano e coautoria de outros deputados, altera as normas que regem a previdência fluminense, adequando-as à determinação prevista na Lei Complementar (federal) 178/21, que estabelece o novo RRF.
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O texto passa a distribuir as receitas previdenciárias — hoje destinadas ao Executivo — proporcionalmente ao Judiciário, Legislativo, MP, Defensoria e TCE para evitar que ultrapassem os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, já que a LC 178 determina que as despesas com inativos passem a ser contabilizadas na relação de gastos com pessoal de cada Poder.
AUMENTO DURANTE O RRF
Sobre o PCCS da Saúde, o plenário da Alerj derrubou especificamente o veto ao dispositivo da Lei 9.350/21, que prevê correção salarial em decorrência da plano mesmo durante a vigência do Regime de Recuperação Fiscal.
Com isso, a Casa retirou a obrigatoriedade de haver aval do Conselho de Supervisão do regime para o aumento da remuneração dos servidores da pasta. Assim, de acordo com a lei que será promulgada, a mudança nas remunerações dos profissionais poderá valer durante a recuperação fiscal.
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Vale lembrar que existe já um direcionamento dentro do governo para implementar o plano de cargos. Um cronograma será anunciado, mas, ainda assim, para alguns governistas, a iniciativa da Alerj pode prejudicar a implementação desse calendário.
DESPEDIDA DO PALÁCIO TIRADENTES
Em meio a votações, a sessão de ontem no plenário da Alerj foi marcada pelo clima de despedida. O Parlamento fluminense está de mudança do Palácio Tiradentes: a partir de agosto, as atividades passarão a funcionar no novo prédio, conhecido como Alerjão, na Rua da Ajuda.
Veteranos e ‘novatos’ tiraram fotos, discursaram e houve até homenagem ao deputado Luiz Paulo (Cidadania): a sala onde eram realizadas as reuniões da CCJ vai se chamar Sala Luiz Paulo.
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