Parlamentares tentarão costurar a medida com o governador Cláudio Castro. Por enquanto, governo não sinaliza positivamenteTHIAGO LONTRA/Alerj
Apesar de nos bastidores o governo não ver a possibilidade de conceder reposição, alguns deputados — desde os mais antigos até os não tão veteranos — acreditam que há como avançar com essa pauta. E lembram que, não faz muito tempo, a Alerj votou medidas duras, entre elas, o aumento da contribuição previdenciária do funcionalismo de 11% para 14%, aprovado em 2017, e o teto de gastos para os Poderes.
A intenção é tratar o assunto antes de os novos projetos do Executivo irem ao plenário. Para evitar questionamentos, já que o regime veta medidas que gerem mais gastos, integrantes da Casa ressaltam que não está sendo proposto o aumento salarial (reajuste acima da inflação), mas sim a revisão geral anual, prevista na Constituição Federal, para recomposição das perdas inflacionárias.
Projeto de lei do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), publicado na última sexta, reforça esse debate. O texto prevê a reposição acumulada a partir de 2017, o que garantiria um percentual em torno de 22% — considerado o IPCA nesse tempo.
Porém, o período que servirá de base para o cálculo — se será apenas 2021 ou os últimos anos — é incerto. Ainda assim, o assunto fará parte das próximas conversas entre a Assembleia e o governo.
A maior parte das categorias do serviço público teve o último reajuste em 2014. Desde então, os salários estão congelados.
O RRF prevê ainda a extinção do adicional por tempo de serviço (triênio). O governo anunciou que manterá os direitos adquiridos, mas as categorias acreditam que a proposta poderá alcançar os atuais servidores, e não somente os futuros. Se o estado aprovar as medidas, terá 10 anos de alívio de caixa devido à suspensão da dívida com a União nos primeiros 12 meses, e a suavização das parcelas nos nove anos seguintes.
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