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Desde fevereiro, 4 mil painéis solares instalados numa fazenda em Vassouras, interior do estado, geram energia para quatro lojas da Renner da capital. O projeto tem reduzido em 13% a conta de luz das unidades e ajudado a varejista a alcançar a meta de chegar a 75% da energia consumida vinda de fontes renováveis. Até o fim do ano, duas novas usinas vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

A iniciativa da Renner faz parte do movimento de popularização da energia solar, que alcança igrejas, redes de varejo, shopping center e até hidrelétrica. De 2016 para cá, o número de sistemas de energia solar saltou de 8,7 mil para 111 mil no país, um avanço de 1.181%.

A potência instalada cresceu ainda mais, de 91,84 megawatts (MW) para 1,34 mil MW - salto de 1.359%. Essa capacidade equivale a quase uma Hidrelétrica de Porto Primavera, que demorou 19 anos para ficar pronta.

O apelo dos painéis solares começou com mudanças nas regras do setor de energia, em 2012, que deram mais liberdade ao consumidor para escolher de onde vem sua eletricidade. Além disso, as regras permitiram ao microgerador jogar a energia não consumida no sistema elétrico e obter crédito para abater na conta de luz.

Com o forte crescimento das tarifas de energia elétrica nos últimos anos, os clientes residenciais foram os primeiros a descobrir as vantagens da microgeração ou minigeração de energia. Mas, nos últimos três anos, foram as empresas que deram impulso a esse segmento. Hoje, elas são responsáveis por mais da metade da capacidade instalada de "miniusinas" solares no País, apesar de representar apenas 20% do número de sistemas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

"Conforme a energia solar foi se tornando mais competitiva, os setores de comércio e serviço passaram a investir mais", diz o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.

O investimento da Renner só foi possível porque os equipamentos ficaram mais baratos. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre 2014 e 2019, houve queda de 43% no preço médio dos painéis solares, o que provocou um recuo no tempo de retorno do capital aplicado, de 7 anos, em 2015, para 4,5 anos.

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