Parte da equipe do Mulheres do Sul Global - Divulgação
Parte da equipe do Mulheres do Sul GlobalDivulgação
Por André Arraes*
Mulheres do Sul Global é um negócio social com a proposta de inserir mulheres refugiadas, no mercado de trabalho, através da costura, contribuindo para seu empoderamento econômico. As refugiadas ganham uma renda fixa, o que seria difícil caso não recebessem a oportunidade. Os itens mais recebidos no Ateliê, localizado na Glória, na Zona Sul, são peças de tecido, e banners de publicidade, que não tem mais utilidade para empresas e indústrias, por apresentar erros não admitidos para a comercialização. Dessa forma, ao invés de ir para o lixo, há um reaproveitamento dos resíduos e a criação de bolsas, necessaire, mochilas, malas de viagem e acessórios.

Segundo a fundadora, Emanuela Pinheiro, há uma responsabilidade com o recebimento dos materiais: “Tudo que nós recebemos é pesado e tem toda uma lógica para aproveitar o máximo as peças, evitando o desperdício. Em 3 anos, chegaram cerca de 3 toneladas de resíduos e o aproveitamento é de, em média, 85%”. Ela conta ainda, que trabalhar com esse tipo de material é mais complicado, pois nunca se sabe o que será recebido, e em quais condições. “ Nós criamos produtos através da oportunidade da matéria prima, eu nunca sei o que vou receber, por isso os produtos são sempre únicos. É muito mais difícil de trabalhar do que com o material virgem, a energia que gastamos para fazer é equivalente à de um produto personalizado, demanda mais tempo. Às vezes as peças chegam com mofo, por passarem muito tempo nos galpões, e temos todo o trabalho de limpar e pensar em um modo de reutilizá-la”. explica Emanuela.
*Estagiário sob supervisão de Bete Nogueira
Publicidade
Modelo permite a profissionalização
A equipe do Mulheres do Sul Global é formada por 32 pessoas e 14 delas são costureiras refugiadas, em sua maioria, da Venezuela, Angola e Congo. O modelo comercial permite que as costureiras recebam formação em costura no ateliê.
Publicidade
Uma vez aperfeiçoadas, as costureiras realizam as demandas de suas próprias casas, conciliando suas jornadas com com os horários escolares dos seus filhos, e fortalecendo-se como empreendedoras. Essa configuração possibilita a geração de renda para quem produz e autonomia financeira para o negócio social.
A divisão é feita em dois módulos. O primeiro é para quem não sabe costurar e ensina o básico. Já o segundo é para aperfeiçoamento. A costureira demora, em média, 2 anos para ser considerada uma profissional.
Publicidade
E o tipo de material utilizado no projeto traz um desafio a mais para costureiras.
"Nós criamos produtos através da oportunidade da matéria prima. É mais difícil de trabalhar do que com o material virgem, a energia que gastamos para fazer é equivalente à de um produto personalizado, demanda mais tempo", explica Emanuela Pinheiro.
Publicidade