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Por ANGÉLICA FERNANDES

Nos próximos cinco dias, o mundo vai se concentrar em discutir ações de conservação e conscientização da água no 8º fórum mundial sobre o tema, que será realizado pela primeira vez no Brasil, em Brasília. O debate chega em um momento pertinente, principalmente para a região metropolitana do Rio, que entrou em 2018 com sinal amarelo, em alerta por conta da redução de 15% no volume de água em alguns reservatórios, de acordo com a The Nature Conservancy (TNC).

A demanda mundial pela água cresce cada vez mais, enquanto a sua oferta diminui. Na América Latina, 25 regiões metropolitanas, sendo 12 brasileiras, estão sob estresse hídrico. Para construir soluções a longo prazo, o Coalizão Cidades pela Água, liderado pela organização ambiental TNC, faz há dois anos um trabalho baseado em estudo e planejamento de ações de conservação de nascentes e rios em áreas críticas para a produção de água. Nesse período, o projeto já garantiu R$ 200 milhões em investimentos e ajudou a conservar 30 mil hectares dessas áreas.

Com objetivo de garantir a segurança hídrica, o Coalizão atua na restauração de florestas em 21 bacias hidrográficas que abastecem quase 42 milhões de pessoas. "Ajudamos os municípios a se organizarem com um estrutura sobre o meio ambiente para que tenha efeito de perinidade, capacitando técnicos, com ferramentas de gestão territorial e também engajamento do proprietário rural", definiu Samuel Barrêto, gerente de Água da TNC.

Em território fluminense, a Coalizão participou do processo para garantir, até 2020, R$ 51 milhões para a proteção de mananciais nas duas bacias mais importantes para o abastecimento: Guandu e Paraíba do Sul. Especialistas da TNC também desenvolveram estudos de monitoramento das bacias para melhoria ambiental. O fortalecimento da infraestrutura verde é outra fator de engajamento da instituição, pois é o que garante a conservação da biodiversidade e a absorção de carbono, o que ajuda a combater as mudanças climáticas.

Além disso, essa infraestrutura também rende ganhos econômicos significativos, ao contribuir para a regularidade do abastecimento de água, o que é fundamental nos períodos de seca, e para o controle da erosão, medida que eleva a qualidade da água e reduz os custos de tratamento no sistema de distribuição.

O 8º Fórum Mundial da Água deve receber mais de 10 mil congressistas de 160 países até sexta-feira. O evento terá debates, ações educativas e culturais, diálogos e exposições abertas à população. A expectativa é de receber mais de 30 mil pessoas nos espaços gratuitos.

 

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