Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, incêndios em áreas verdes caíram pela metade neste ano - FOTOS DE Alziro Xavier/ Prefeitura de Nova Iguaçu
Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, incêndios em áreas verdes caíram pela metade neste anoFOTOS DE Alziro Xavier/ Prefeitura de Nova Iguaçu
Por

Rio - Extremamente prejudiciais para o meio ambiente, os incêndios florestais apresentaram redução neste ano no estado do Rio. Até o fim de agosto, de acordo com o Corpo de Bombeiros, foram 6.533 focos de incêndio combatidos, enquanto no mesmo período de 2017 foram registradas 8.337 ocorrências, uma queda de mais de 21%.

Para Lázaro Fernandes, professor de engenharia ambiental do Centro Universitário Celso Lisboa, há três possibilidades para a queda dos números: a diferença do regime de chuva, a temperatura média menor que o ano passado e uma conscientização maior da sociedade.

"A preparação de equipes é de fundamental importância para a rápida resposta ao incêndio. Todavia, um trabalho eficiente e continuado de conscientização da população também é importante para minimizar o fogo devido às ações humanas, educando as pessoas para que evitem condutas que provoquem incêndios, e indicando as consequências da ocorrência dos mesmos", explicou Lázaro.

Especificamente no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, as queimadas caíram pela metade. No ano passado, foram 21, enquanto no mesmo período deste ano 10. Parte da redução se deve a contratação de 13 novos guardas ambientais pela prefeitura, se juntando aos 10 antigos membros. "A função do guarda ambiental é a defesa do patrimônio, protegendo não só o meio ambiente, mas também os visitantes. Nosso trabalho envolve a educação ambiental, o patrulhamento do município e a fiscalização de crimes ambientais, como incêndios e caça", afirmou o secretário de Meio Ambiente, Fernando Cid.

Nas unidades de conservação federais no país, a área atingida por queimadas neste ano foi de 484.250 hectares, enquanto durante todo o ano de 2017 foi de 1.138.267 hectares, mais que o dobro. "Como estamos no final da temporada crítica, essa área não deve atingir o patamar do ano passado", informou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, responsável pelos 170 milhões de hectares de área conservada no Brasil.

Os focos de incêndio em vegetação são mais comuns quando há conjunção de fatores como altas temperaturas, baixa precipitação e baixa umidade do ar. No entanto, ações antrópicas (causadas pelo ser humano) precisam ser evitadas, como acender fogueiras, soltar balões, descartar pontas de cigarro em local com vegetação, e jogar garrafas de vidro em áreas florestais e beira de estrada, porque elas funcionam como lente de aumento para os raios solares.

DESEQUILÍBRIO NA NATUREZA

O fogo em regiões florestadas causa impactos negativos na biodiversidade, entre eles alterações do equilíbrio natural em virtude da queimada de espécies vegetais e a morte de animais, o empobrecimento do solo, destruição de bens, e os poluentes atmosféricos, que também afetam a saúde da população. De acordo com o Corpo de Bombeiros, quem provoca queimadas em áreas verdes está sujeito a multa e até mesmo a prisão, dependendo das consequências. A corporação reforça a importância da população denunciar o crime ambiental pelo 190 da PM.

Formada em Gestão Ambiental, Mayara Correia, 25 anos, é uma das novas integrantes da Guarda Ambiental de Nova Iguaçu, e enfatiza a convivência harmônica entre o homem e a natureza. "Quando se trata de meio ambiente todos estão dispostos a ajudar. Quando orientamos o cidadão, a chance de surtir efeito através da conscientização é muito maior do que na repressão", afirmou.

Você pode gostar
Comentários