Thiago, CEO e co-fundador da Eureciclo - Divulgação
Thiago, CEO e co-fundador da EurecicloDivulgação
Por ANGÉLICA FERNANDES

Rio - Inspirado no modelo europeu de reciclagem de embalagem pós-consumo, o selo eureciclo tem conquistado espaço nos produtos brasileiros. Por trás de todo conceito de certificação da logística reversa está um processo bem simples e que garante a sustentabilidade. O fabricante, que é obrigado por lei a reciclar um percentual de embalagem de acordo com a venda no ano, compra o certificado, através do selo que passa a estampar seus produtos, e a certificadora garante a destinação final correta para as embalagens, através de convênio com cooperativas de reciclagem. 

"Imagina a empresa ter que ir na casa do consumidor ou no aterro sanitário para pegar as embalagens de seus produtos? É economicamente inviável", destacou Marcos Matos, CRO (Chief Revenue Office) do eureciclo, que possui mais de 500 marcas certificadas. Quando a empresa adquire o selo, esse dinheiro vai para cadeia de reciclagem. Nesta ponta, a cooperativa passa a recolher nas ruas o tipo de material equivalente à embalagem da empresa — plástico, metal, vidro e papel —, gera uma nota fiscal e essa passa ser a comprovação da compensação ambiental.

Em busca da meta

 

Pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, as empresas precisam atingir a meta de 22% das embalagens recicladas. A estimativa é que esse índice chegue em 45% até 2031. Se não for pela compensação, a marca tem a opção de aderir ao termo de compromisso, para a reciclagem, através de seus sindicatos representantes. Na Europa, quando a onda do selo começou, há cerca de quatro anos, a meta era reciclar 15% das embalagens. Atualmente, os países europeus que adotam esse sistema, como a Espanha, atingem 80% de embalagens recicladas.

"Queremos mudar o cenário da geração de resíduos e a falta de destinação das embalagens pós-consumo, mas, também pensamos em como as empresas podem usar isso a seu favor. O uso do selo nos rótulos é a forma mais efetiva de comunicar ao consumidor que a marca está dentro dos padrões mundiais de reciclagem e contribui efetivamente para um mundo menos poluído", explicou Thiago Carvalho Pinto, CEO e cofundador do eureciclo.

Desde o mês passado, a marca Mantiqueira de ovos leva em suas embalagens, que passaram a ser mais sustentáveis, em polpa de papel, o selo eureciclo. "Reforça o comprometimento com o meio ambiente, contribuindo para o desenvolvimento do setor de reciclagem no Brasil, além de promover um impacto positivo na educação e conscientização ambiental", apontou Leandro Pinto, sócio-fundador do Grupo Mantiqueira.

Assim como os selos orgânico e cruelty-free (sem crueldade, sem teste em animais), por exemplo, o de reciclagem segue a mesma lógica de facilidade ao consumidor. "Quando a pessoa está fazendo a compra, não tem tanto tempo de pesquisar uma marca. O selo é uma forma de identificar se ela é sustentável", disse Marcos.

Atualmente, o eureciclo tem convênio com 20 cooperativas, sendo duas no Rio. "Estamos com grande demanda de empresas para compensarem seu impacto no Rio e por isso estamos buscando mais cooperativas parceiras", apontou a gerente de marketing, Gabriela Reis.

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