Artur XexéoGlobo/Estevam Avellar

Por O Dia
Rio - Na noite do último domingo, o Brasil se viu em luto pela morte de Artur Xexéo. Aos 69 anos, o jornalista, conhecido pelo grande público por suas transmissões do Oscar e pelas participações em programas da Globo, foi vítima de um linfoma descoberto há apenas duas semanas. Referência de conhecimento em cultura nacional, Xexéo trabalhava como colunista no 'O Globo' e como comentarista da GloboNews, onde tinha participação fixa no programa 'Estúdio I'.


Nascido no Rio de Janeiro em 1951, Artur Xexéo chegou a cursar Engenharia, mas desistiu e se matriculou no curso de Comunicação Social. Começou a carreira no Jornal do Brasil, passou por redações de diversos jornais, pela revista Veja e pela rádio CBN.

Na TV, integrou as equipes dos seriados 'Pé na Cova', 'Sexo e as Negas’ e 'Brasil a Bordo', todos da Globo. Xexéo também escreveu os musicais 'A Garota do Biquíni Vermelho', 'Minha vida daria um bolero', 'Nós Sempre Teremos Paris' e 'Cartola – O Mundo é um Moinho'. Sua última obra no teatro foi a adaptação do espetáculo americano 'A Cor Púrpura', em 2019.

Xexéo também escreveu livros. Ele é autor de 'Janete Clair – A usineira dos Sonhos', uma biografia da novelista, 'Hebe - A Biografia' e 'O Torcedor Acidental', coleção de crônicas sobre os bastidores de suas coberturas de Copas do Mundo.
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Homenagens

Após a notícia da morte, diversas figuras importantes do jornalismo brasileiro prestaram homenagens a Xexéo. "Ele era muito espirituoso, engraçado, inteligente, generoso, um dos melhores amigos que a vida me deu. Eu acho que o jornalismo, e não só o jornalismo, mas toda a cultura brasileira, perdem um personagem importante, de grande valor. Através de seu trabalho, ele celebrou nosso cinema, nosso teatro, nossas artes. E era um grande cronista, que transformava assuntos aparentemente banais em coisas grandiosas", disse Ancelmo Gois.

O jornalista Arthur Dapieve, que também é comentarista do 'Estúdio I’, escreveu nas redes sociais sobre o colega de bancada e ex-editor: "Tenho que me despedir dele, inconformado. Foi tudo muito abrupto, muito rápido, muito sofrido", desabafou.

O jornalista Milton Jung, que dividia com Xexéo o microfone na rádio CBN, chegou a chorar ao vivo em uma das homenagens feitas ao amigo. "Pô, Xexéo! Faz isso com a gente, não! Volta, vai. Eu sei que as coisas estão chatas por aqui. Não me deixa agora. Preciso muito das suas palavras, do seu carinho, das suas crônicas", escreveu.

Última despedida

No Instagram, o marido do jornalista, Paulo Severo, também lamentou a perda do companheiro: "Estou anestesiado pela realidade. Eu perdi o meu companheiro na assepsia da palavra. E a minha vida, como a conheço, agora ser foi. Vida que segue e se impõe de maneira impositiva. A vida é má, a gente é que não se dá conta. The show must go on. Obrigado a todos que estão solidários comigo. Isso não tem preço. Artur não tinha preço. A Vida não tem preço", escreveu.

O corpo do jornalista foi velado nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, em cerimônia fechada. O local e horário não foram informados para evitar aglomeração.

Com informação do Estadão Conteúdo