Samantha Schmütz no filme Tô Ryca 2Divulgação

Rio - Samantha Schmütz, de 43 anos, está de volta aos cinemas. A atriz dá vida à divertida Selminha Oléria Silva na continuação do longa "Tô Ryca", sucesso de bilheteria em 2016. Após receber uma herança e ficar milionária no primeiro filme, ela perde tudo e volta a viver no "miserê". "Depois de provar o doce, provar o amargo é complicado. Mas ela é guerreira, é brasileira e não desiste nunca", brinca a atriz sobre o destino da personagem.
Com direção de Pedro Antônio e roteiro de Fil Braz, "Tô Ryca 2" mostra que alegria de pobre dura pouco. Rica e esbanjadora, Selminha é surpreendida pela chegada de uma homônima, ou seja, outra Selminha (Evelyn Castro), que reivindica ser a verdadeira herdeira. Agora, sua única fonte de renda é a que foi concedida pela Justiça até se resolver o processo: um salário mínimo por mês.
Com Selminha sem saber como viver na pobreza de novo, os amigos da comunidade de Quintino também acabam passando aperto. Segundo Samantha, quem for aos cinemas vai rir do início ao fim com as aventuras da personagem para resgatar herança. "Tem muita cena legal, muita gente boa e engraçada. Eu acho que o povo vai se divertir em muitos momentos do filme", diz.
O que não mudou do primeiro para o segundo filme é a amizade entre Selminha e Luane, interpretada por Katiuscia Canoro. "O 'Tô Ryca 1' já era sobre amizade, era uma história de amor entre duas amigas. A amizade de Luane é muito importante para a Selminha. É o Batman e o Robin. É uma duplinha infalível e inseparável", conta ela, que relembra o clima descontraído dos bastidores do longa gravado em 2018.
"A gente se divertia no backstage porque todo mundo é amigo, a gente tinha liberdade um com o outro. O set de filmagem era um ambiente muito agradável. E eu vou dedurar o diretor de fotografia, Júlio (Costantini). Às vezes, ele tremia a câmera porque ria. Aí, você tinha de fazer de novo porque seu Júlio estava rindo por trás das câmeras. Mas isso é maravilhoso. Se a pessoa está rindo ali, é porque está dando certo", relembra.
Samantha ainda elogia a participação de Evelyn Castro, sua homônima e rival no longa, que também faz sucesso na TV com a novela "Quanto Mais Vida, Melhor". "Ela é muito boa e as oportunidades aparecem. Quando você faz uma comida boa, seu restaurante enche. É muito legal poder contar com o talento da Evelyn. Ela tem um jeito pelicular de fazer humor e tem uma assinatura própria, assim como Rafael Portugal... Tem muita gente boa no filme", diz ela sobre elenco, que ainda conta com Anderson Di Rizzi, Marcello Melo Jr e Charles Paraventi.
Crítica social
Além de divertir os espectadores, o filme também propõe reflexões sobre a vida das pessoas que estão em bairros periféricos. Ele mostra perrengues causados pelas chuvas, o drama vivido no transporte público e outras questões que o carioca conhece bem.
"Há uma crítica social das condições que alguns bairros são submetidos por falta de interesse, investimento, corrupção e egoísmo. Mostra o bueiro entupido, que quando chove, alaga tudo e faz as pessoas perderem as coisas... É uma realidade muito triste. Você vê o jornal e fica depressivo", lamenta.
Ela ainda lembra a cena em que Selminha passa sufoco dentro do transporte público. "Tem uma cena que ela está na kombi e tem que botar um banquinho de plástico. Na hora, ela arranca o microfone da mulher e começa a falar que não dá mais. Ninguém aguenta mais esse descompromisso com a gente", completa.
Papel do humor
Sucesso em diversos filmes, Samantha reflete sobre o papel do humor em levar diversão para as pessoas em um momento tão complicado para a sociedade brasileira, que enfrenta a pandemia da covid-19 e crise crise econômica e política.
"O humor é uma válvula de escape, é um balsamo, é xamânico no sentido de curar a gente e dar injeções e doses de alegria. Agora, a gente está precisando de uma dose cavalar de felicidade, né? Porque é tanta coisa ruim acontecendo ao nosso redor. Perdemos pessoas maravilhosas, amores e familiares para a covid... Além do que a gente vive no Brasil. Então, a gargalhada vem para relaxar, desopilar e curar", pensa.
A atriz revela também que está cheia de ideias e escrevendo para fazer novas produções, além de estar confiante em relação ao ano que se inicia. "Estou animadíssima. 2022 é o ano da esperança, a gente vai virar o jogo", finaliza.