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Fotos! Relembre cenas de filmes marcantes de Arnaldo Jabor

Cineasta e jornalista, que faleceu nesta terça-feira, produziu filmes com Sonia Braga, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e outras estrelas

Rio - Nesta terça-feira, o cineasta e jornalista Arnaldo Jabor faleceu aos 81 anos e deixou obras clássicas para o cinema brasileiro, em especial, quando se fala de produções que analisam criticamente a sociedade. Ele estava internado desde o dia 16 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a família, as complicações do AVC foram a causa da morte.
Ao longo da carreira, o cineasta, que alcançou reconhecimento de público e crítica no final dos anos 1960, dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Ele chamou a atenção desde o início da carreira. Seu primeiro longa foi um documentário inovador, "Opinião Pública" (1967), sob a ótica do Cinema Novo, em que realiza uma prospecção da mentalidade da classe média brasileira. Já nos anos 1970, com o aperto da censura política e social promovida pelo regime militar, envereda por caminhos metafóricos, como em "Pindorama" (1970), cujo excesso de barroquismo foi admitido por ele mesmo, anos depois.
Em 1973, dirige um de seus grandes filmes, "Toda Nudez Será Castigada", a partir da peça de Nelson Rodrigues, ácida crítica à hipocrisia da moral burguesa e seus costumes. Dois anos depois, lança "O Casamento", também adaptação da obra de Nelson, em que flertou com o grotesco e o histérico, sem, contudo, atingir a maestria do longa anterior. Com "Tudo Bem" (1978), inicia a chamada Trilogia do Apartamento, em que investiga novamente as contradições da sociedade brasileira, agora com forte ironia, especialmente as famílias vitimadas pelo fracasso do milagre econômico.

Já em 1980 lançou "Eu Te Amo", análise intimista e sexual de um casal, interpretado por Sonia Braga e Paulo Cesar Pereio. Finalmente, em "Eu Sei Que Vou Te Amar" (1986), repete de alguma forma o tom de psicodrama do trabalho anterior, agora com um casal mais jovem, "Fernanda Torres" e "Thales Pan Chacon".
Nos anos 90, com o fim da Embrafilme e a crise do cinema nacional, Jabor se viu obrigado a buscar outra profissão e levou sua crítica à sociedade, à política e à cultura para o jornalismo de opinião. Por quase três décadas, escreveu oito livros  e mais de 1.500 artigos em jornais, tempo em que também se dedicou ao trabalho na rádio CBN e na TV Globo. Apresentou quadros e fez comentários no "Jornal Nacional", "Bom Dia Brasil", "Jornal Hoje", "Fantástico" e no "Jornal da Globo", onde apresentou sua última coluna no dia 18 de novembro do ano passado.

Entre os temas de suas análises, Jabor analisava assuntos em torno da arte, cinema, sexualidade, política, economia, amor, filosofia e preconceito. A guinada para o jornalismo foi tão bem sucedida, que é tão lembrado por seu trabalho no jornalismo quanto por seus filmes e livros. Neste período, filmou apenas um longa-metragem, “A Suprema Felicidade”, em 2010, seu último trabalho lançado.
Em 2017, Jabor anunciou que se dedicaria a um novo filme, “Meu Último Desejo”, inspirado no conto “O Livro de Panegíricos”, de Rubem Fonseca (1925-2020). Produzido pela Aurora Filmes e coproduzido pela Globo Filmes, o longa, ainda inédito, foi rodado semanas antes da eclosão da pandemia e ainda não tem previsão de estreia.
Jabor também deixou contribuições na música. Ao lado de Rita Lee e Roberto de Carvalho, ele compôs o hit "Amor e Sexo". Também é autor de "Samba Exaltação", em parceria com Cristóvão Bastos.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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