Xamã promete surpreender em trabalhos futurosDivulgação

Rio - O rapper Xamã, de 32 anos, se tornou o cantor mais ouvido do Brasil no Spotify recentemente com a música "Malvadão 3", alcançando também o "Top 50 Global" do streaming, e se posicionou entre os artistas mais ouvidos do mundo. O hit conquistou mais de um milhão e meio de reproduções nas primeiras 24 horas de lançamento, surpreendendo até mesmo o cantor, que não imaginava a proporção que a música poderia tomar. "Nunca passou pela minha cabeça que essa música se tornaria tudo isso. Ela surgiu de um jeito tão despretensioso, tão espontâneo!", declara o artista, que viralizou em redes sociais como TikTok e Instagram.
"Foi 100% natural e orgânico. Quando a gente se deu conta e foi atrás de ajudar a fazer isso acontecer, essa movimentação já acontecia com muita força. Nós contratamos a dançarina Emily para fazer a coreografia, nessa época também, quando a música já estava no topo. E eu espero que seja assim para os próximos trabalhos também, se a galera do TikTok abraçar e criar essas trends mirabolantes, ficarei muito feliz, mas quero que seja natural", afirma Xamã, sobre o sucesso no meio virtual.
Ingresso no mundo da música
Geizon Fernandes, mais conhecido como Xamã, nasceu em Sepetiba, Zona Oeste do Rio, e se apaixonou pelo mundo da música muito cedo. Quando criança, o rapper carioca apreciava os cantores dos discos ouvidos por sua avó, Maria Antônia, e com eles recebeu inspiração para desde jovem se dedicar às suas próprias composições.
"Vó Maria Antônia foi tudo na minha vida. Eu sou o que sou pela criação dela, não tenho dúvidas disso. E sim, acredito que tudo o que ela trazia de música para casa me inspirou a não ficar preso a um só estilo, apesar de o rap ter me conquistado mais, pela vivência das ruas. Tocava de tudo um pouco, e isso reflete na minha discografia de uma forma absurda", analisa o cantor. 
A jornada de Xamã na música não foi fácil. Antes de conquistar visibilidade, ele se dedicou a outros tipos de trabalhos: o artista já foi funcionário de lojas, camelô e, inclusive, vendedor de amendoim em trens. Mesmo trabalhando diariamente, o rapper também integrava inúmeras batalhas de rimas, a fim de expor sua arte.
Antes de se consolidar na carreira solo, o artista também participou de muitos coletivos de rap, como 1Kilo e Cartel MCs, o que possibilitou que muitas portas se abrissem para ele. No entanto, o cantor não quer ficar preso apenas a este estilo musical e pretende aproveitar este momento para experimentar todas as possibilidades na música.
"Eu não tinha ideia do que estava fazendo e de qual rumo estava tomando, mas eu amava (as batalhas de rimas) e as oportunidades foram me abraçando. O lado negativo foi precisar me fechar em um estilo musical por muito tempo. E eu sempre quis ser muito mais. Hoje em dia eu tenho a oportunidade de experimentar de tudo nas melodias", conta.
Turnê internacional e futuros projetos
Em abril deste ano, Xamã deu início à etapa internacional da "Turnê Malvadão", apresentando sucessos de seus últimos trabalhos — como as faixas do álbum "Zodíaco" e seus singles mais recentes — em países do continente africano. Além de proporcionar a divulgação de suas criações, Xamã vê a oportunidade de realizar shows internacionais como uma chance de mostrar ao público que continua sendo o mesmo ser humano de sempre.
"Nos palcos eu sou o mesmo, ou até melhor. Interajo com o público como sempre interagi, trago a mesma energia louca de sempre, para que o público não me enxergue como um artista distante, daqueles que a fama sobe muito à cabeça, saca?!".
Xamã ainda não sabe quando vai sair seu próximo álbum, mas já adianta que ele contará com inúmeras parcerias, demonstrando a diversidade cultural do Brasil. "Sei que meu próximo projeto vai ser de outro estilo musical, diferente do rap, e quero que ele surpreenda com um conceito que guie toda a produção e toda a parte visual também", adianta.
Reportagem da estagiária Esther Almeida, sob supervisão de Tábata Uchoa