Flora Cruz comentou desafios de sua profissão Reprodução/Playplus

Rio - Em conversa com os peões de "A Fazenda 16", Flora desabafou sobre alguns obstáculos que enfrenta em sua carreira. A filha de Arlindo Cruz, que é formada em designer de moda e trabalha como influenciadora digital, comentou que o racismo estrutural faz com que as marcas escolham mulheres brancas para seus projetos. 
"Eu me frustrei muito. Eu sempre quis trabalhar com rede social porque é uma profissão da minha geração. Eu fui estudar moda porque eu sempre amei e sempre tive muita dificuldade de achar roupa. Falei: 'Cara, alguém tem que mudar isso, não é possível'. E aí eu fui estudar para saber o porquê. Mas eu fiquei muito sem trabalhar, sem produzir conteúdo. Eu ficava seis meses muito bem e seis meses sem fazer nada. E aquilo foi me tirando da minha zona de conforto, a frustração foi me parando...Eu gosto, eu tenho potencial, eu sei fazer. Mas a procura não está rolando, a oferta está muito mínima", lamentou. 
"Eu sempre fiz provador e no Rio, a parada é muito pequena. Tem mais oferta que procura. E se você cobra R$ 300 para fazer um provador, que é uma put* produção e, eu não estou inventando valor, chega alguém e cobra R$ 250, R$ 280 para pegar o seu lugar. Pra mim, é surreal", disse. 
Flora ainda analisou a escolha das marcas por mulheres brancas está enraizada na sociedade. "Tem um lance de um racismo por estereótipo da moda. Por exemplo, as modelos [plus-size] que fazem no Rio são todas gordas, mas são todas brancas e alisadas. É uma parada surreal. Eu consigo entender que é um olhar indireto sobre o belo, o conceito de beleza. Não é uma coisa tipo 'eu não vou chamar a Flora porque ela tem cabelo crespo'. Não. É uma coisa que é tão comum olhar para uma alisada e preferir... É indireto. A pessoa não pensa de uma forma maldosa. A pessoa só não pensa. É estrutural", afirmou.