Com pandemia, setor cultural perde 11,2% de pessoas ocupadas em 2020 Agência Brasil

Brasília - Em 2020, o setor cultural perdeu 11,2% de pessoas ocupadas por conta da pandemia. De acordo com o levantamento, em 2019, 5,5 milhões pessoas trabalhavam em atividades culturais, o que representava 5,8% do total de ocupados. No ano passado, eram 4,8 milhões (5,6%), invertendo ganho crescente do setor desde 2016. Os dados são do Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2020, divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE).
Além disso, entre 2019 e 2020, as atividades relacionadas à cultura que mais perderam pessoal ocupado foram moda, o setor moveleiro, impressão e reprodução, as atividades relacionadas a eventos, recreação e lazer. Já as ocupações que mais fecharam postos de trabalho foram organizadores de conferências e eventos; alfaiates, modistas, chapeleiros e peleteiros; marceneiros e afins; profissionais da publicidade e da comercialização.

“Com raras exceções, a pandemia desacelerou a economia, como foi o caso das atividades consideradas não essenciais. No setor cultural, isso ficou ainda mais evidente no segmento de eventos e recreação, com o fechamento total de casas de espetáculo, cinemas, teatros e outros equipamentos culturais, com a menor mobilidade das pessoas para controle do vírus”, explica o analista da pesquisa, Leonardo Athias.
Informalidade 
O levantamento também apontou que o trabalhador por conta própria atingiu 41,6% em 2020, seguido dos empregados do setor privado com carteira (37,7%) e sem carteira (11,3%). Os empregados do setor privado sem carteira e os conta própria, categorias mais associadas com a informalidade, perderam participação relativa na ocupação da cultura.

Os estados com os maiores percentuais de informalidade no setor cultural, em 2020, foram Amapá (71,3%), Pará (67,7%) e Maranhão (64,9%), enquanto os menores, foram Santa Catarina (24,9%), Rio Grande do Sul (28,4%) e São Paulo (34,9%).
“A pandemia destruiu mais postos de trabalho informais do que formais. Apesar de um perfil com maior nível de instrução, houve mais trabalhadores em ocupações informais no setor cultural do que em todos os setores juntos. Em 2020, esse percentual foi de 41,2% dos ocupados no setor cultural e 38,8% dos ocupados em todos os setores”, observa Athias.