Filas no Estácio  - Severino Silva / Agência O Dia
Filas no Estácio Severino Silva / Agência O Dia
Por O Dia

Rio - Eleitores do Rio de Janeiro têm enfrentando longas filas em incontáveis seções por causa de urnas quebradas e do uso de dados biométricos do Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ), que pegou de surpresa parte da população. O pedido de identificação digital nas seções eleitorais, mesmo a quem não fez o cadastro biométrico, está aumentando o tempo de votação e provocando filas e impaciência em diferentes zonas eleitorais da capital. 

Luiz Fernando Rocha relata que a Polícia Militar fechou o portão da Escola Municipal Professor Lourenço Filho, no Grajaú, Zona Norte do Rio, por causa das filas que chegam na rua e já dobram a esquina. Centenas de pessoas estão no local.

"Não tem mais como entrar", diz ele. "Caos generalizado. Nunca vi isso aqui desse jeito, sempre foi rápido", completa. 

Bruno Freitas descreve situação semelhante no Colégio Oga Mitá, em Vila Isabel, na Zona Norte.

"Todas as seções estão lotadas. As filas não andam, parece até o estádio do Maracanã em dia de final. Muita gente revoltada, saindo dizendo que não vai votar", conta. 

Filas no Estácio - Severino Silva / Agência O Dia

Eleitores que votam no Clube Hebraica, em Laranjeiras, na Zona Sul, e no Tijuca Tênis Clube, na Tijuca, na Zona Norte, também se queixaram das longas filas. No Estácio, na Região Central, a fila dobrava o quarteirão; assista ao vídeo.

A eleitora Raimunda Eliana conta que está esperando há 1h30 na fila com a filha de 3 anos, Ana Vitória. “Um absurdo, eu moro em Niterói, e ainda tenho que esperar na fila com criança de colo. Ninguém me ofereceu prioridade."

Já Ubirajara da Silva, de 59 anos, reclama que sua zona de votação foi modificada. “Foi para outra seção, e tive que vir andando. Eles precisam organizar, pela quantidade de pessoas devia ser transferido para a Apoteose."

No Tijuca Tênis Clube, Matheus Fraga relatou que estava há mais de uma hora na fila. “Primeira vez que isso acontece. É muito tempo, e não faço ideia do que esteja acontecendo”, afirma. Para o jovem, estudante de economia, a demora pode desestimular eleitores a votarem. Ele acredita que nos próximos quatro anos, o governo do Rio precisa solucionar a dívida financeira. “Parece que estamos largados, principalmente nas áreas de segurança e educação."

O procedimento gera demora, já que a determinação do TRE-RJ é que sejam feitas quatro tentativas de leituras biométricas. Além disso, a falta de informação está levando muitos eleitores a reclamarem da proibição de assinar a lista de votação e a levantarem suspeitas de fraude.

"Obrigação não tem, tem uma recomendação. Por quê? Com esse aproveitamento de dados que nós estamos fazendo com o Detran, que é de forma pioneira até no País, nós tivemos um aproveitamento da base de identificação civil, foi um convênio feito com o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para que no futuro seja possível até a dispensa do eleitor comparecer na Justiça Eleitoral para realizar o mesmo cadastramento biométrico", defendeu Adriana Brandão, diretora-geral do TRE-RJ

No Rio de Janeiro, cerca de 4,6 milhões de eleitores terão os dados biométricos do Detran-RJ aproveitados nas urnas eletrônicas. Caso a biometria não funcione, o eleitor tem direito a votar por meio da identificação manual.

Segundo Brandão, as filas relatadas por eleitores podem ser efeito da identificação biométrica, mas também pela necessidade de escolha, neste ano, de seis diferentes candidatos: presidente, governador, deputado federal, deputado estadual e dois senadores.

Urnas quebradas

De acordo com Tribunal Regional Eleitoral (TRE), até as 11h, 159 urnas apresentaram defeito, sendo 76 somente na capital fluminense. Na Baixada Fluminense, diversas foram trocadas por problemas técnicos: Belford Roxo (8); Nova Iguaçu (4); Duque de Caxias (4). As urnas também foram trocadas em Campos dos Goytacazes (4); Mangaratiba (4); Niterói (5); Nova Friburgo (6) e São Gonçalo (8).

*Com informações do Estadão Conteúdo

 

 

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