O bloqueio dos perfis foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no STF do inquérito das fake news, que apura notícias falsas, ofensas e ameaças contra autoridades - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O bloqueio dos perfis foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no STF do inquérito das fake news, que apura notícias falsas, ofensas e ameaças contra autoridadesMarcelo Camargo/Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - A 12 dias do segundo turno das eleições, o Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se reúne na tarde desta terça-feira, por teleconferência, com representantes do WhatsApp, para discutir a proliferação de notícias falsas no aplicativo.

O WhatsApp entrou na mira do conselho após o impacto da disseminação de "fake news" no primeiro turno das eleições, que atingiram inclusive a imagem da Justiça Eleitoral e lançaram suspeitas sobre a lisura do sistema eletrônico de votação. Procurado pela reportagem, o WhatsApp não se pronunciou.

Para conselheiros ouvidos reservadamente pela reportagem, a Corte Eleitoral subestimou o impacto da proliferação de notícias falsas durante a campanha e está "atuando a reboque dos fatos". Já ministros do TSE divergem na avaliação sobre o papel do tribunal no enfrentamento do problema.

"O TSE tomou as providências que lhe cabia. No mais, não pode um tribunal agir de ofício, tem de ser provocado pelos interessados e prejudicados, o que está acontecendo muito pouco", disse à reportagem o ministro Admar Gonzaga.

"Os ministros Gilmar Mendes, Luiz Fux e Rosa Weber (que ocuparam a presidência do TSE ao longo deste ano) fizeram tudo que lhes competia fazer, também voltados aos limites da interferência na liberdade de informação e manifestação", completou Gonzaga.

Por outro lado, um segundo integrante da Corte Eleitoral ouvido reservadamente acredita que a atuação do conselho neste momento "não cabe mais", já que o ideal seria a elaboração de estratégias em uma fase anterior à eleição. Um terceiro ministro, que também pediu para não ser identificado, acredita que a imprensa "supervalorizou" declarações inconsistentes e notícias falsas.

O conselho de fake news passou quatro meses sem se reunir, se encontrando pela primeira vez durante a campanha eleitoral na última quarta-feira, depois do primeiro turno das eleições.

Na ocasião, conselheiros afirmaram que o tribunal está trabalhando em um aplicativo para que os próprios usuários denunciem "fake news" à Justiça Eleitoral.

Na próxima segunda-feira, deverá haver uma nova reunião do grupo, desta vez com as presenças de representantes do Facebook e do Google.

Ambiente

A disseminação de notícias falsas deverá ser um dos temas tratados na reunião convocada para esta quarta-feira, 17, pela presidente do TSE, ministra Rosa Weber, com advogados eleitorais das campanhas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que disputam o segundo turno das eleições.

Segundo um auxiliar do TSE, a ideia do encontro é chamar as candidaturas para "manter um ambiente sereno" no segundo turno das eleições. A reunião estava prevista inicialmente para esta terça-feira.

Você pode gostar