Rio - O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, recuou em relação à defesa da fusão dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, após visita ao presidenciável Jair Bolsonaro, na casa do deputado em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
"Podemos sim rever a fusão da pasta da Agricultura e do Meio Ambiente, se tiver que funcionar a pasta da Agricultura aqui e o Ministério do Meio Ambiente lá, tudo bem, vai valer a vontade da maioria da sociedade brasileira, ninguém quer mais um governo autoritário, duro, sem flexibilidade, com arrogância", disse ao sair do encontro com o candidato do PSL que lidera as pesquisas de opinião.
A declaração contraria outra dada por Nabhan antes da visita, quando disse que era "inevitável" a fusão dos dois ministérios por serem os que mais têm sintonia.
"Se for melhor para o Brasil que haja o Ministério da Agricultura separado do Meio Ambiente, depois de eleito todos vão sentar e o presidente ouvir toda a sociedade"
Acompanhado de cerca de 40 ruralistas que afirmaram apoiar o nome de Nabhan para ministro, o líder da UDR informou que não teve sua nomeação confirmada para a pasta, "e nem era esse o objetivo da visita".
"Hoje foi a vez dos produtores, de quem ajuda a pagar a conta do Brasil, viemos reiterar nosso apoio, que sempre demos, incondicional desde o início da caminhada, não nos 45 minutos do segundo tempo. Hoje ele (Bolsonaro) reiterou que a base produtora vai indicar a composição do Ministério da Agricultura", disse.
"A eleição é dia 28, depois do presidente Jair Bolsonaro eleito, vamos conversar. Aqui não tem espaço para radicalização ou endurecimento de posição. Ou vocês acham que tem que ser um governo radical? Ou vocês acham que tem que ser um governo duro? Se tiver que haver flexibilização vai haver flexibilização", destacou.
A visita durou cerca de 30 minutos, e de acordo com os ruralistas que acompanhavam Nabhan, apesar de não ter sido nomeado antecipadamente por Bolsonaro, o líder da UDR é o escolhido dos produtores ruralistas para o cargo.