Marcelo Crivella em entrevista coletiva - REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Marcelo Crivella em entrevista coletivaREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Por Yuri Eiras
Rio - Marcelo Crivella (Republicanos) vai investir ainda mais na Zona Oeste no segundo turno, principalmente para garantir os votos dos evangélicos da região. Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (16), dia seguinte após a apuração que o colocou no segundo turno com Eduardo Paes (DEM), o atual prefeito antecipou suas estratégias: disse que vai procurar partidos e políticos conservadores para fazer alianças e afirmou que segue contando com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. "Estando ao nosso lado, ele enobrece e engrandece a nossa candidatura".
O prefeito admitiu que vai se direcionar para a Zona Oeste, região da cidade que tradicionalmente vota mais em candidatos conservadores e religiosos. Ali, principalmente em Campo Grande, Crivella teve desempenho melhor que Eduardo Paes.
Publicidade
"A Zona Oeste é o local com a maior presença dos evangélicos da cidade. E eu vou me dirigir a eles. É um voto de consciência. Nós temos o mandamento: 'não roubarás'. Isso foi escrito nas tábuas no Monte Sinai. Há leis que não mudam: aquelas que foram escritas pelo dedo de Deus. 'Não matarás', 'não roubarás'", disse ele. O prefeito também disparou contra as pesquisas de intenção de voto, que davam a ele menos que os 20% dos votos conquistados nas urnas.
"O resultado mostram que as pesquisas estavam tendenciosas. Todo o tempo eu tinha 10%, 11%, 12%. Toda semana o Crivella estava fora. Aí, na hora da eleição dá 20%. Pô, a margem de erro é de 10% porcento? É uma margem grande".
Publicidade
Marcelo Crivella em entrevista coletiva - REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Marcelo Crivella em entrevista coletivaREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Crivella: 'governo Paes foi o mais corrupto'
Publicidade
Mesmo antes da apuração, o clima entre Eduardo Paes e Marcelo Crivella já era de segundo turno antecipado. Após votar em São Conrado, no domingo, Paes afirmou que gostaria de voltar à prefeitura porque o atual prefeito "destruiu a cidade". Nesta segunda, foi a vez de Crivella contra-atacar. "O governo Paes foi o mais corrupto da história da Prefeitura", disparou. "Já ganhei e já perdi. Perdi para Cabral, perdi para o Pezão. Espero que amanhã o povo do Rio de Janeiro não se arrependa de novo", comentou o atual prefeito.
Eduardo Paes (DEM) e Marcelo Crivella (Republicanos) terão, agora, 10 minutos diários de programação na televisão até o dia 29 de novembro, data do segundo turno. Paes liderou o primeiro turno com 37% dos votos, contra 21,9% de Crivella.
Publicidade
Para especialista, força centralizada na Zona Oeste não basta
O primeiro turno terminou com vitória de Paes por 37% a 21,9%, e para superar o ex-prefeito, Crivella, o atual, vai precisar ampliar sua visão para além dos redutos da Zona Oeste. A análise é do cientista político Márcio Malta, professor de Relações Internacionais do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF (Inest/UFF).
Publicidade
"Uma primeira hipótese desse bom desempenho de Crivella na Zona Oeste é a relação com o bolsonarismo. Mas, eu imagino que não basta. Seria pouco. Por mais que seja uma região muito populosa, não teria condições de reverter essa vantagem. Eu imagino que a saída seria tentar estabelecer e ampliar o leque de alianças", avalia Malta.
O apoio de Bolsonaro também pode fortalecer a rejeição do atual prefeito, que já é grande. "Houve algum tipo de movimentação de apoio tardia, tímida. Ele não chegou a se engajar propriamente na campanha do Crivella. E há outro agravante, o da rejeição forte em relação ao presidente".
Publicidade