“Lógico, possivelmente, muitos não compareceram ao segundo turno porque há um aumento da pandemia, isso pode ter motivado, mas fica o registro que tradicionalmente no segundo turno o percentual de abstenção é maior do que no primeiro. Não acho que exista desinteresse das pessoas. Provavelmente a maior causa é, de fato, a pandemia”, afirmou o presidente do TRE-RJ.
A capital teve a maior abstenção nas urnas desde 1996. Com 100% dos votos apurados, 1.720.154 de cariocas não apareceram para votar, o que corresponde a 35,45% dos eleitores registrados no TRE-RJ. Vale ressaltar que o número de eleitores faltosos foi superior ao total de votos recebidos pelo prefeito eleito Eduardo Paes (DEM), que somou 1.629.319 votos.
Já em São Gonçalo, segundo maior colégio eleitoral e o segundo município mais populoso do estado do Rio de Janeiro, 223.352 eleitores se abstiveram de votar neste segundo turno, o que equivale a 33,65% do eleitorado. Assim como na capital, o número de abstenção foi superior aos votos que o prefeito eleito recebeu, que foi o Capitão Nelson, do partido Avante, com 189.719 votos.
São João de Meriti, por sua vez, reelegeu o Doutor João (DEM) com 122.151 votos. Entretanto, a abstenção no município da Baixada Fluminense neste segundo turno foi de 31,96%.
Em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, o número de votos em branco (9.058), nulos (27.839) e de abstenções (85.621) das eleições municipais neste segundo turno foi de 122.518, superando o total de votos válidos nos dois candidatos em disputa, que foi de 117.634 votos. Isso significa que a maioria do eleitorado não escolheu entre Rubens Bomtempo (PSB, com 64.907 votos) e Bernardo Rossi (PL, com 57.727 votos), nas eleições. A taxa de abstenção foi de 35,65%.
Por fim, em Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho (PSD) recebeu a maioria dos votos. Entretanto, o candidato está sub judice e aguarda decisão da Justiça Eleitoral para ter a confirmação se será ou não o prefeito pelos próximos quatro anos do município do Norte Fluminense. Apesar disso, vale destacar o aumento na taxa de abstenção, que no primeiro turno foi de 24,92% e no segundo turno cresceu para 30,37%, o que equivale a 109.516 ausências.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o percentual de brasileiros que deixou de votar no segundo turno das eleições municipais de 2020 chegou a 29,47%. Essa taxa quer dizer que 11.116.373 pessoas não foram às urnas das 57 cidades que decidiram o seu futuro prefeito neste último domingo.