A pessoas próximas Moro disse ter se sentido traído por Dias, ferrenho apoiador da Lava Jato, operação que projetou o ex-juiz federalReprodução/IG
Moro hoje refuta que Dias tenha sido seu padrinho político. A pessoas próximas ele disse ter se sentido traído pelo senador, ferrenho apoiador da Lava Jato, operação que projetou o ex-juiz federal. Em debate entre os presidenciáveis, em 2018, Dias chegou a prometer que, caso vencesse, nomearia Moro, então juiz, como ministro da Justiça, o que acabou ocorrendo pelas mãos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
PRÉ-CAMPANHA
Segundo a versão de aliados do ex-juiz, o movimento de Dias para escantear o ex-ministro da Justiça tinha o objetivo de facilitar as negociações do senador com o governador do Paraná e candidato à reeleição, Ratinho Júnior (PSD), para ser o candidato dele ao Senado. Ratinho, no entanto, decidiu apoiar o deputado federal Paulo Martins (PL) ao cargo.
Com a candidatura do ex-ministro naufragando, o partido passou a considerar que seria mais viável apostar dinheiro e tempo em aumentar a bancada federal. Foi quando, conforme interlocutores de Moro, o partido deixou de honrar contratos com equipes de advogados, segurança e comunicação do ex-juiz federal.
No fim de março, dias antes do fechamento da janela partidária, uma reunião em Curitiba, com Moro, a presidente do Podemos, Renata Abreu, e os três senadores do partido pelo Paraná, selou o fim da relação. Aliados de ambos dizem que nunca houve uma briga severa entre eles, mas não há mais diálogo.
Ao Estadão, Dias afirmou "manter a campanha em um nível elevado" "Não guardo ressentimentos." Por meio de assessoria de imprensa, Moro disse respeitar "o senador Alvaro Dias". "Sigo, agora, um caminho separado", comentou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.