Sérgio Moro Marcello Casal JrAgência Brasil

São Paulo - A Justiça Eleitoral do Paraná fez neste sábado (3), uma busca e apreensão no apartamento do ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), em Curitiba (PR). Os agentes procuravam material de campanha supostamente irregular do ex-juiz. Ele é candidato ao Senado e declarou o imóvel como comitê eleitoral, por isso as buscas foram feitas em sua residência. Moro classificou a busca como "medida abusiva" e "tentativa de intimidação".
As equipes da Justiça Eleitoral não encontraram grande volume de material, além de santinhos. A decisão que autorizou a operação é da juíza Melissa de Azevedo Olivas, auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná. Ela considerou que o material está em desacordo com a legislação por não mostrar o nome dos suplentes na proporção exigida pela legislação eleitoral.
"É evidente a desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente a dos suplentes", escreveu a magistrada. Os suplentes na chapa do ex-juiz são o advogado Luis Felipe Cunha e o empresário Ricardo Augusto Guerra.
Também na manhã de hoje, a Justiça Eleitoral fez buscas contra Paulo Roberto Martins, candidato ao Senado pelo Paraná apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A diligência também foi ordenada pela juíza Melissa de Azevedo Olivas e pelo mesmo motivo que levou à apreensão dos materiais de campanha de Moro.
Em ambos os casos, a juíza atendeu a pedidos da Federação Brasil da Esperança no Paraná, criada a partir da fusão do PT, PCdoB e PV. A Federação é representada pelo advogado Luiz Fernando Peccinin, que vê tentativa dos candidatos em "esconder" os suplentes.
As decisões do TRE também determinam a remoção de uma centenas de publicações feitas pelos candidatos com propaganda nas redes sociais. No caso de Moro, a expectativa é de que novas buscas sejam solicitadas pelo grupo em gráficas e em outros pontos de apoio usados pela campanha.
À reortagem, Moro afirmou que, "se confirmado" que o material de campanha estava em desacordo com a legislação, isso "é uma mera irregularidade." "Tamanho de letra em material de campanha. Nada justificava uma busca, requerer uma busca na residência. Essa é tentativa de intimidação", afirmou Moro.
O candidato entende ainda que houve "divulgação sensacionalista" do episódio, "como se fosse uma investigação criminal". "É lamentável que um partido envolvido em tantos escândalos de corrupção queria intimidar as pessoas que combateram seus crimes no passado", afirmou, em referência ao PT.
Segundo o ex-juiz, sua filha estava presente em seu apartamento quando foram apreendidos "santinhos" da campanha. Moro e a mulher, Rosângela, não estavam em casa. O ex-juiz informou que os advogados da campanha já entraram com pedido de reconsideração da decisão da Justiça Eleitoral para reaver o material apreendido e derrubar a ordem de retirada dos posts das redes sociais.