Alvo do Supremo Tribunal Federal (STF), Luciano Hang caminhou ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira, 7, na Esplanada dos Ministérios, durante as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil.
Dono da rede de lojas Havan, Hang é um dos oito empresários que defenderam, em um grupo de WhatsApp, um golpe de Estado no País, caso o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições. Apoiadores de Bolsonaro, os empresários foram alvos de uma operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.
Bolsonaro criticou a ação contra os empresários em diversos momentos. Na terça, em entrevista à Jovem Pan, disse que havia convidado todos os oito empresários para participarem das manifestações de 7 de setembro. O objetivo da data é comemorar o Bicentenário da Independência, mas o presidente transformou a ocasião em ato político para impulsionar sua candidatura à reeleição.
"Eu convidei os oito empresários para estarem comigo amanhã, aqui, no 7 de setembro. Se não for possível, que vão para o Rio de Janeiro. Convidei. São pessoas honradas. Duas têm contato comigo. E outra coisa: ninguém sabe o que está no processo", disse na terça Bolsonaro.
Acompanhados por crianças, Bolsonaro e a primeira-dama Michelle desfilaram de Rolls Royce na Esplanada dos Ministérios para dar início às comemorações do 7 de setembro. Um tanque de guerra integrava o comboio. Ao descer do carro oficial, o candidato à reeleição foi recebido pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, caminhou pela rua reservada ao desfile oficial do Bicentenário da Independência e acenou a apoiadores.
Depois da solenidade, o presidente deve discursar para os apoiadores em um trio elétrico. À tarde, Bolsonaro viajará ao Rio de Janeiro para participar de um ato político na Avenida Atlântica, em Copacabana, com apresentações das Forças Armadas. Na orla carioca, é esperado um pronunciamento ainda mais inflamado do que em Brasília.
Em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro participou de manifestações antidemocráticas e chegou a afirmar que não obedeceria mais às decisões de Moraes. A declaração gerou uma crise institucional no País. Naquela vez, o conflito só foi apaziguado com uma carta pública de recuo do chefe do Executivo, dois dias depois, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, que indicou Moraes à Corte.
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