Cabo Daciolo ficou conhecido pelo seu jeito e suas declarações polêmicas, quando se candidatou à presidência em 2018. Reprodução internet
Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, tem 46 anos e nasceu em Florianópolis (SC), é formado em turismo e fez carreira no Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Casado com Cristiane Daciolo e pai de três filhos, Daciolo é filho de Manoel Fonseca, coronel-aviador reformado e procurador federal da Advocacia-Geral da União, e Neuza Daciolo. O candidato ficou conhecido pelo seu jeito e suas declarações polêmicas, quando se candidatou à presidência em 2018.
Daciolo intitula-se cristão, anda com uma Bíblia na mão, pronuncia expressões religiosas, como “Glória a Deus”, "varão" e sempre coloca versículos nas legendas das fotos que posta em suas redes sociais. Enquanto deputado, Daciolo organizava pequenos cultos e reuniões evangélicas no Congresso Nacional, durante sua campanha presidencial, dos 52 dias da campanha eleitoral, o candidato passou 25 deles isolado em montes pelo Brasil, incluindo o Monte das Oliveiras no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, em que subiu para orar.
O postulante viralizou durante sua campanha, principalmente durante os debates presidenciais, quando perguntou a Ciro Gomes (PDT) sobre o que chamou de “Ursal (União das Repúblicas Socialistas da América Latina)”. Em abril de 2022, Cabo Daciolo se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PDT), ele contou que sua filiação se deu de forma "sobrenatural" depois de um encontro com Ciro Gomes no Ceará. "O espírito santo começou a me incomodar para ir orar com Ciro", comentou.
Em suas redes sociais, o candidato defende investimentos em educação, saúde e segurança por considerar áreas essenciais para o crescimento do Rio de Janeiro. Daciolo afirma que se tornou candidato ao Senado para ajudar o povo que está muito "sofrido". “Você que está sem fé, descrente com a política, pode saber que tem uma luz no seu caminho, estou falando do criador. A minha missão é trazer fé, esperança e amor”, comentou.
Vida Política e polêmica
Em 2011, o candidato ganhou notoriedade como uma das lideranças da greve dos bombeiros no Rio. Na ocasião, os grevistas ocuparam o quartel-general da corporação e acamparam nas escadarias da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Daciolo chegou a ser preso por nove dias no presídio de Bangu e segundo ele, o período fez com que despertasse a vontade de lutar por melhores condições no sistema prisional.
Em 2014, o postulante foi eleito deputado federal pelo PSOL, com 49.831 votos (0,65% do total), sendo o 31º deputado mais votado. Mas em 2015, Cabo Daciolo causou polêmica em seu partido após defender, em discurso na Câmara, os policiais militares acusados de assassinar o ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza em 2013, na Rocinha. Em maio do mesmo ano, o diretório nacional do PSOL decidiu, por 53 votos a 1, expulsar Daciolo do partido depois dele propor uma emenda que alteraria a Constituição. Daciolo queria substituir o trecho "todo poder emana do povo" para "todo poder emana de Deus". Segundo o PSOL, a decisão foi tomada porque a proposta fere o estado laico.
Em março de 2018, foi lançado pelo Patriota como candidato a Presidente da República, obtendo 1,3 milhão de votos e ficando em sexto lugar. Com gastos declarados de R$ 808, terminou à frente de Henrique Meirelles, que investiu R$ 53 milhões na campanha e também de Marina Silva (Rede). Logo após a divulgação dos resultados do primeiro turno, Daciolo contestou os números, criticando o sistema de votação por urnas eletrônicas. Em representação apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral, pediu a anulação da votação, alegando fraude. Na ocasião, o TSE afirmou que a suspeita do candidato não tinha fundamento. Além disso, a corte reiterou não haver qualquer confirmação de fraude relacionada às urnas eletrônicas, implantadas nas eleições brasileiras em 1996.
A filiação do cabo ao PDT ocorreu após uma grande confusão pública com o PROS em 2022. O ex-deputado anunciou que era candidato ao governo do Rio pelo partido, mas a sigla negou e disse não ter dado aval para o anúncio. "A iniciativa foi adotada sem consulta ao PROS Nacional, tendo os supostos membros do PROS/RJ promovido o anúncio sem possuírem qualquer legitimidade", disse o partido em comunicado.
Daciolo então filiou-se, no mesmo ano, ao PDT. O candidato reforçou a confiança no Projeto Nacional de Desenvolvimento liderado por Ciro, e afirmou que o PDT chegará ao segundo turno nas disputas para presidente da República e governador fluminense. “Somos uma grande família com um propósito: colocar Rodrigo Neves na cadeira de governador”, destacou, ao concluir: “O mandato de senador será de todos nós”.
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