Marina Silva (Rede) anuncia apoio ao candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT)AFP PHOTO / REDE / Leo Cabral

Após anunciar apoio público ao candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ex-ministra Marina Silva (Rede), que é evangélica, foi questionada sobre como atrair o voto desse segmento religioso ao ex-presidente. Ela respondeu que nunca fez "do púlpito um palanque ou do palanque um púlpito" e que o caminho é tratar todos "os brasileiros como cidadãos".

"O maior mandamento de Jesus é o mandamento do amor e é o que acho que deve ser sempre a orientação de quem professa a fé cristã. Qualquer coisa que leve para o caminho do ódio, do exclusivismo político ou religioso não é bom para a democracia, para as religiões e desrespeita a nossa Constituição", afirmou.

Lula também afirmou que "a gente não pede voto por conta da religião". "Quando a gente sai à rua para trabalhar a campanha, a gente faz um programa para o País pensando no povo brasileiro. Não queremos saber de religião. Religião é muito sagrada, é uma coisa de cada um", reforçou.

O voto dos evangélicos tem sido uma preocupação do PT diante da vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PL). A campanha de Lula organiza um mutirão nas redes sociais e nas ruas para atrair o voto dos evangélicos indecisos e dar visibilidade aos religiosos que apoiam o ex-presidente.
Além de Ciro e Tebet, Marina e Lula falam em atrair votos de Bolsonaro
Marina Silva e Lula falaram em atrair não apenas votos de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), mas também do presidente Jair Bolsonaro (PL) para vencer as eleições

"Até a urna se fechar, não existe um voto fixo do Lula, um voto fixo do Ciro, da Simone ou de quem quer que seja. Que a gente possa ganhar muitos votos daqueles que não são bolsonaristas, mas estão iludidos com a ideia de que Bolsonaro possa ser uma alternativa ao País", afirmou Marina em coletiva de imprensa. Ela reforçou, no entanto, que vai tratar "com respeito" todas as outras candidaturas.

Fora do microfone, Lula também reforçou a tese de atrair eleitores bolsonaristas. "Não é só o voto do Ciro e da Simone, é também voto dos que querem votar no Bolsonaro. Vamos ter que ganhar muito dele", disse.

A aproximação entre Lula e Marina era ensaiada desde o início do ano e é vista como um movimento do petista ao eleitor do Centro. Como mostrou a coluna do Jogo Político, além de fortalecer a campanha de Lula na discussão ambiental, a reaproximação do ex-presidente com Marina transmite a mensagem de colocar as divergências de lado e se aliar contra um adversário comum, fortalecendo a tese do voto útil - aposta do PT para vencer a disputa já no primeiro turno.