Rio- Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “faraó dos bitcoins”, teve sua candidatura a deputado estadual negada pelo TRE por 6 votos a 0, em sessão realizada nesta segunda-feira 12/09 . Filiado ao partido Democracia Cristã, Glaidson é acusado de lavagem de dinheiro, organização criminosa e crime contra o sistema financeiro nacional. Ele se encontra preso desde agosto de 2021 e afastado da presidência da GAS Consultoria Bitcoin.
O pedido de impugnação de candidatura à Procuradoria Regional Eleitoral do Ministério Público baseia-se na lei da ficha limpa, segundo a qual nenhum cidadão que esteja condenado pela justiça pode concorrer a cargo público. A empresa está sofrendo, no entendimento da Procuradoria, processo de liquidação judicial.
O advogado de Glaidson, David Figueiredo, argumentou que suas ações não significam dano ao sistema financeiro e sim danos aos clientes da empresa, o que não significa motivo para o indeferimento da candidatura. Citou ainda que, no seu entendimento, não existe a consolidação da liquidação judicial da GAS Consultoria Bitcoin e que a mesma ainda se encontra em processo de recuperação judicial.
O desembargador Luiz Paulo Araújo, relator do caso, votou pelo indeferimento da candidatura argumentando que Glaidson é acusado de organização criminosa e que está preso não podendo pagar suas dívidas. A candidatura de seria portanto um subterfúgio para ficar solto e poder pagar seus credores. Segundo o desembargador, a GAS Consultoria Bitcoin constitui-se como um verdadeiro "frankenstein jurídico” que funcionava a partir do modelo de pirâmide. Segundo ele, Glaidson é o único responsável pela empresa preso, estando os demais foragidos. Afirmou ainda que o réu tem relação com grupos de extermínio na Região dos Lagos e que ordenava o uso de violência física contra concorrentes, jornalistas ou qualquer um que questionasse seus interesses. O desembargador Tiago Santos se declarou impedido para julgar o caso.
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