Carlos Minc (PSB) é o deputado que está a mais tempo na AlerjALERJ

Reeleito com 54. 942 votos, Carlos Minc (PSB) é o deputado com mais tempo de casa. Ele iniciará o seu nono mandato em 2023. Atualmente é quem tem maior número de projetos de lei aprovados, num total de 168. Defensor do chamado socialismo libertário, tem sua atuação fortemente marcada pelos temas meio-ambiente e a defesa dos direitos das minorias.
O senhor é o deputado com mais tempo da Alerj. Como vê a evolução da assembleia durante estes anos?
A Alerj, assim como toda casa parlamentar, é muito variável. Mas eu acho ela tem sido produtiva. Por exemplo, nesta última legislatura nós enfrentamos a pandemia, não paramos de funcionar e aprovamos muitas leis preventivas. Aprovamos algumas leis progressistas mesmo com uma maioria conservadora. Por exemplo, a lei da cannabis medicinal, a primeira lei de câmeras nos uniformes dos policiais . Aprovamos também a primeira lei, única na história do Brasil, da escola sem mordaça. Tinha aquela perseguição dos professores progressistas, alguns até demitidos por falarem de ditadura, de tortura, de desmatamento. Então nós aprovamos uma lei que garante plena liberdade de cátedra. O André Ceciliano teve um papel importante porque ele dialogava com o governo mas também garantia avanços em várias áreas.
Ao que atribui a longevidade da sua participação na Alerj?
Olha, quando eu ganhei o primeiro mandato nunca me passou pela cabeça que eu ia ficar tanto tempo aqui. O que acontece é que trato as coisas com mais leveza, com mais humor. Logo que eu assumi, por exemplo, eu coloquei um camisão de 18 metros no obelisco da Rio Branco quando da nossa lei de camisinha e prevenção a doenças sexualmente transmissíveis. Eu também não fiquei o tempo todo só na Alerj, eu fui secretário do Meio- Ambiente duas vezes e criamos muitos parques duplicamos o parque da Ilha Grande de Três Picos, criei o parque da Costa do Sol na região de Três Lagos. E também fui por dois anos ministro do Meio-Ambiente, de 2008 a 2010, briguei contra o desmatamento na época que se brigava contra o desmatamento - agora parece que mais se incentiva do que reprimem os desmatadores. Eu tento tratar sempre os temas com energia renovada, com bom humor, com boa repercussão na mídia. Acabei gostando e criando uma equipe boa. Atualmente eu tenho cerca de 20 assessores, o que é um número pequeno se comparado à média dos outros parlamentares, de 50 a 60. Meus assessores são muito qualificados, a maioria com mestrado ou doutorado, com capacidade para propor projetos e conduzir audiências públicas.
Quais os principais temas que pretende pautar agora?
Eu vou continuar tratando dos temas de que trato há muitos anos: a questão ambiental, a questão LGBT, a questão da educação e a questão de uma segurança pública não truculenta. Eu vou aprofundar estes temas e vou focar muito na questão da educação porque eu sou professor e vejo que as escolas estão muito largadas, temos que avançar para a questão do ensino integral. Eu estou muito confiante que o Lula vai ganhar - e ter uma boa interlocução com o presidente da República faz com que possamos trazer projetos aqui para o Rio. Tem vários projetos de sustentabilidade em comunidades que nós já desenvolvemos no passado que quero retomar. As fábricas verdes nas comunidades para transformar cada três computadores inutilizados em um computador novo para implantar telecentros nas comunidades. Tem também o ‘ecobuffet’ de reaproveitamento do alimento, e o ecomoda de reaproveitamento de tecidos e roupas velhas para fazer coisas muito bonitas e criativas.