TSE determina remoção de conteúdos falsos sobre perseguição de Lula a igreja e cristãosMarcelo Camargo/Agência Brasil

Em determinação concedida pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Superior Tribunal Federal, as fake news que afirmam que o candidato à Presidência “Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perseguiria cristãos, fecharia igrejas e apoiaria a ditadura na Nicarágua” deverão ser removidas em um prazo de 24 horas.
As publicações foram feitas em perfis do Facebook e Twitter pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), Flávio e Eduardo Bolsonaro, e em outros 24 perfis. A decisão de Sanseverino determina que as redes sociais suspendam as postagens. Caso a ordem não seja acatada, uma multa de R$ 10 mil será cobrada diariamente.
A coligação Brasil da Esperança, que apoia a candidatura do ex-presidente, entrou com uma representação no TSE contra os donos dos perfis.
Na decisão, o ministro do TSE declarou observar que as postagens “transmitem, de fato informação evidentemente inverídica e prejudicial à honra e à imagem de candidato ao cargo de presidente da República nas eleições de 2022”. Sanseverino disse ainda que “as publicações contêm informação manifestadamente inverídica e divulgada no período crítico do processo eleitoral, em perfil com alto número de seguidores, de forma a gerar elevado número de visualizações, o que possibilita, em tese, a ocorrência de repercussão negativa de difícil reparação na imagem do partido político e do candidato atingidos pela desinformação.”
A tática de atrair o voto católico ligando Lula à perseguição de padres não é de agora. Aliados do presidente publicaram posts nesse sentido, e o próprio Bolsonaro incorporou o discurso, comparando Lula a Daniel Ortega, presidente da Nicarágua.