Aliados e assessores consideram positiva a participação de Haddad no debateDivulgação

A participação de Fernando Haddad (PT) no debate da Band para o governo de São Paulo foi tratado como positivo pela sua campanha. Aliados do petista consideram sua vitória improvável de acontecer, então o objetivo é conter danos e evitar que o bolsonarismo aplique uma derrota implacável no estado. Neste momento, a maior preocupação é com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022.
Inicialmente, a estratégia era ataque criticar o trabalho de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Ministério da Infraestrutura, mas o formato do encontro permitiu que o professor buscasse outro caminho para “encurralar” o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado paulista.
Buscando conter danos e evitar que Bolsonaro consiga ter mais de 60% dos votos em São Paulo, Haddad iniciou o debate nacionalizando a discussão. O PT, que fez uma pesquisa qualitativa durante a atração, identificou que os eleitores estavam gostando da postura do ex-prefeito da capital paulista.
No intervalo, a ordem foi prosseguir tratando de temas nacionais . Foi neste ponto que o ex-ministro da Educação conseguiu colocar Tarcísio contra a parede, falando do Orçamento Secreto. A resposta de Freitas foi muito comemorada pelos petistas e lamentada por bolsonaristas.

“Ali o Haddad foi perfeito. A gente fez pesquisa qualitativa em tempo real e todos, sem exceção, se assustaram com a possível vinda do orçamento secreto para a Alesp. Vamos bater nesta tecla a partir de agora para convencer o paulista. Além disso, o Haddad defendeu com brilhantismo o legado do ex-presidente Lula”, comenta um dos coordenadores da campanha do petista.
Outro ponto comemorado foi a “desobediência” do ex-ministro da Educação. A equipe o queria mais “agressivo”, mas sem passar do ponto. Porém, Fernando preferiu seguir uma linha mais propositiva e deu apenas algumas alfinetadas.
“Ter um candidato inteligente permite que ele sinta o clima do debate e faça escolhas. Ele soube conduzir a discussão de forma propositiva e, por conhecer o estado melhor que o adversário, deixou claro que é o mais preparado”, fala um dos aliados.

Os pontos negativos
Mas nem tudo foi considerado perfeito. A campanha avaliou que Haddad fugiu de algumas perguntas que poderiam ter sido facilmente respondidas, como a questão da diminuição da maioridade penal.

“É uma discussão do Congresso Nacional. O Haddad poderia ter dito que seguiria recomendações de especialistas e pronto. Ele deixou de responder questões fáceis e isso pode ser usado pelo adversário”, pontua uns dos coordenadores da campanha.