TSE analisa no plenário virtual decisão que deu 164 inserções para Lula nas propagandas de BolsonaroReprodução / Band

Brasília - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia a partir de meia-noite deste sábado, 22, o julgamento sobre a concessão de direito de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a propaganda eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os ministro devem apresentar os votos no plenário virtual até às 23h59 de sábado.

Na quarta-feira, 19, a ministra Maria Cláudia Bucchianeri decidiu pela concessão de 164 inserções de 30 segundos de direito de resposta a campanha petista após Bolsonaro insinuar que Lula integra o crime organizado e associá-lo a liberação de sequestradores.
As propagandas mostravam que o ex-presidente obteve mais votos nos presídios e que ele teria pedido ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a liberação dos suspeitos de sequestrarem o empresário Abílio Diniz.

Na visão da magistrada, a campanha do PL distorceu as informações para obter vantagem na corrida eleitoral e determinou que o direito de resposta seja equivalente ao tempo dos ataques proferidos nas peças publicitárias.

No dia seguinte, porém, Bucchianeri acatou um pedido do partido de Bolsonaro e suspendeu a própria determinação. Para a ministra, a discussão no plenário da corte eleitoral dará mais celeridade ao processo.

Intervenção de Alexandre de Moraes
Nesta sexta, 21, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, convocou os departamentos jurídicos das campanhas do PT e PL para propor um acordo a fim de reduzir os ataques na última semana do processo eleitoral. Moraes tenta por fim as trocas de acusações entre os candidatos e quer discussão de propostas na reta final do segundo turno.

Ambos os candidatos não receberam a notícia positivamente. Enquanto Bolsonaro vê nos ataques a alternativa de reduzir a desvantagem sobre o petista, Lula argumenta que sofreu com as acusações durante toda a campanha e vê injustiça não ‘dar o troco’.

Enquanto Lula obteve direito a centenas de inserções na campanha bolsonarista, o candidato do PL recebeu 14 inserções de direito de resposta nas propagandas do PT. Nas últimas semana, a campanha petista acusou Bolsonaro e comer carne humana. O TSE entendeu que as falas foram descontextualizadas e podem ser caracterizadas como fake news.