A operação acontece após Roberto Jefferson xingar a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal FederalValter Campanato/Agência Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL) , que disputam o segundo turno das eleições 2022 , comentaram o caso envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) , que proferiu ofensas contra a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia .
Nas redes sociais, Lula disse que os xingamentos "não podem ser aceitos por ninguém que respeita a democracia". "Criaram na sociedade uma parcela violenta. Uma máquina de destruição de valores democráticos. Isso gera o comportamento como o que vimos hoje", afirmou o ex-presidente.
Bolsonaro também se manifestou e disse repudiar as falas de Jefferson contra a ministra, além da "ação armada" do ex-deputado contra agentes da Polícia Federal na manhã deste domingo (23) .
"Determinei a ida do Ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio", afirmou o mandatário e candidato à reeleição.
Hoje, Jefferson afirmou ter trocado tiros com policiais federais que foram até sua casa para prendê-lo . De acordo com ele, a ação foi uma determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Em um vídeo gravado no momento da operação, Jefferson disse que não iria se entregar.
A operação acontece após Roberto Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia de “bruxa” e compará-la a uma “prostituta” após o voto favorável da magistrada em conceder 116 direitos de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Jovem Pan , depois que o canal divulgou informações falsas sobre o petista. O vídeo foi publicado nas redes sociais de Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha dele.
A Associação Brasileira De Juristas Pela Democracia (ABJD) chegou a ir ao STF pedindo para revogar a prisão domiciliar do ex-deputado após as declarações . Segundo os juristas, as ofensas misóginas de Jefferson violam as regras impostas a ele para o benefício.
No texto, os advogados a ressaltaram que o ex-parlamentar foi preso justamente por ofensas aos ministros do Supremo Tribunal Federal .
"Para horror, nojo e indignação de todas as mulheres, o investigado e ora novamente denunciado descumpriu novamente as medidas cautelares da forma mais asquerosa possível, gravando um vídeo para distribuir nas redes sociais em que agride de forma absolutamente violenta e misógina a Exma. Ministra Cármen Lúcia ", afirmou a associação.