Diogo Lincoln Resende era assessor do vereador Robson Souza (PSDB)Reprodução / Twitter
O Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Três Rios, para onde o jornalista foi no último domingo (23), informou que "o cinegrafista da Inter TV passou por atendimento e, no momento, está estável. Já deixou a UTI e encontra-se no quarto do hospital". Não foi informado quando ele receberá alta. Rogério chegou lúcido e sem sangramentos à unidade médica, mas precisou permanecer sob observação durante a madrugada.
O presidente da Câmara de Vereadores, Ercules Rodrigues (Professor Erquinho), defensor da liberdade de imprensa e do respeito aos profissionais que fazem seu trabalho com responsabilidade, também manifestou-se e repudiou todo e qualquer tipo de agressão seja verbal ou física. Ao cinegrafista, nossos votos de célere recuperação"
O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitiram uma nota conjunta de repúdio ao ataque. “Não podemos naturalizar e nem aceitar essa situação. Desde 2019, houve uma explosão da violência contra a categoria, a partir da chegada ao poder da extrema-direita. Passamos de 135 agressões, em 2018, para 430 em 2021. Com Jair Bolsonaro no governo, há três vezes mais agressões a jornalistas do que havia antes. É mais do que um caso por dia. Desde que chegou ao poder, o presidente é o principal agressor: em 2021, Bolsonaro realizou 147 agressões a jornalistas, 34% do total nacional. Somando as agressões cometidas por seus apoiadores, filhos políticos e membros do governo, o bolsonarismo responde por 70% dos casos de violência registrados contra a categoria no ano passado. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e os Sindicatos de Jornalistas do Município do Rio de Janeiro e do Estado do Rio repudiam e condenam mais esse ato de violência contra um trabalhador da mídia. Ao mesmo tempo, cobram das autoridades a apuração e punição do agressor.”
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em nota, também lamentou o ocorrido e cobrou rapidez na investigação. "A Abraji se solidariza com o repórter cinematográfico Rogério de Paula e toda equipe da InterTV. Espera que as autoridades fluminenses investiguem com celeridade a agressão ao cinegrafista. É inadmissível que profissionais de imprensa sejam impedidos de realizar o seu trabalho de levar informações de interesse público para a sociedade. Além do ataque contra o repórter cinematográfico, foram registradas hostilidades contra outros jornalistas no entorno da casa do ex-deputado. Isso é sinal de que, nos próximos dias, todas as entidades que prezam por um ambiente democrático no Brasil devem permanecer vigilantes em defesa do exercício do jornalismo. A Abraji também pede especial atenção das autoridades de segurança pública do país para que jornalistas tenham condições de trabalhar em segurança. Recomenda ainda que veículos de imprensa reforcem orientações e condições de segurança a seus profissionais na cobertura eleitoral".
O Sindicato de Jornalistas do Estado do Rio divulgou nota, na manhã desta segunda-feira (24), repudiando o ataque. "(...) O Sindicato tem denunciado assassinatos e dezenas de agressões a jornalistas no interior do Estado . Esta agressão é mais uma da série de violência que vem ocorrendo em todo país e que aumentou em mais de 30 por cento desde que o Bolsonaro assumiu o governo. Na realidade, ele é o principal agressor contra jornalistas, principalmente, mulheres jornalistas. O Sindicato condena mais um atentado ao direito democrático e ao exercício profissional de informar. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro aliado da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) condena, repudia, a agressão covarde e solicita urgentes providências das autoridades para apurar e punir o agressor".
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