Valdemar Costa Neto e Jair BolsonaroReprodução/IG

O Partido do Trabalhador Brasileiro (PTB) e o Patriota anunciaram nesta quarta-feira, 26, a fusão partidária, após o desempenho ruim nas eleições deste ano. A nova legenda deverá se chamar Mais Brasil e deverá usar o número 25 nas urnas e ainda precisará do aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo as legendas, a decisão foi tomada por unanimidade pelas diretorias nacionais. A divisão dos diretórios ainda deve ser definida nos próximos dias.
Nos bastidores, o Patriota deve ter a maioria das direções estaduais, incluindo em estados “chaves”, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, além da presidência do partido e maior número de membros na cúpula do diretório nacional.
Neste ano, os partidos elegeram cinco parlamentares e não atingiram a cláusula de barreira, que libera dinheiro do fundo partidário e eleitoral. A medida foi criada na minirreforma eleitoral de 2017 e tem objetivo de reduzir o número de partidos no país.

Mesmo não atingindo o número necessário de deputados federais - são precisos 11 deputados por legenda - os partidos acreditam que tenham conquistado 2% dos votos válidos em todo país, com pelo menos 1% dos votos em nove estados.

O ex-presidente do PTB Roberto Jefferson, no entanto, ficará de fora da gerência do novo partido. Segundo um membro da legenda de Jefferson, o Patriota condicionou a não participação do ex-deputado para validar a fusão.
Roberto Jefferson foi preso no domingo, 23, após proferir ofensas misóginas contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao receber voz de prisão, o ex-deputado atirou pelo menos 50 vezes contra os policiais federais e deixou dois agentes feridos.

Criado pelo ex-presidente Getúlio Vargas, o PTB nasceu em 1945 para defender o direito dos trabalhadores após a saída do ex-chefe do então Palácio Guanabara, sede do governo brasileiro na época. O partido foi extinto em 1965 pela Ditadura Militar, mas retomou a sua operação 15 anos mais tarde. No decorrer dos anos, o partido tomou novo rumo e passou a fazer parte de quadros de extrema-direita.

Já o Patriota foi fundado em 2011, como Partido Ecológico Nacional (PEN), mas trocou de nome após a fusão com Partido Republicano Progressista (PRP), em março de 2019. O partido ganhou destaque após o lançamento da candidatura de Cabo Daciolo à presidência da República em 2018. O candidato ficou na quinta colocação, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).