Uma série de vídeos com denúncias sobre operações de trânsito para impedir eleitores a votar viralizou nas redes sociaisPRF/Bahia

Rio - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intimou neste domingo, 30, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, a explicar, com urgência, a motivação das operações sobre transporte público de eleitores no dia das eleições, proibidas pela corte desde sábado. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, assinou o despacho na manhã deste domingo após uma série de denúncias sobre da mobilização intimidatória de agentes para impedir a votação em várias.
Pelas redes sociais, o prefeito de Cuité (PB), Charles Camaraense (Cidadania), denunciou uma "orquestrada" ação da PRF na entrada do município para impedir que a população chegasse ao local da votação. Não demorou para uma série de vídeos viralizarem nas redes sociais.
"Eu não quero acreditar que isso é uma ação orquestrada, para que o povo não possa vir votar. Mas está acontecendo neste exato momento, em pleno dia de eleição, blitz da Polícia Rodoviária Federal aqui na entrada de Cuité, impedindo que algumas pessoas possam deixar de ir votar", publicou Camaraense.
Em Jaboatão dos Guararapes, segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco, com quase 500 mil eleitores, relataram a cobrança de passagem ou o impedimento de embarcarem em transportes públicos, desrespeitando a decisão do TSE pela gratuidade no dia das eleições durante o horário do pleito. O senador Humberto Costa endossou as denúncias.
O problema se repetiu em grandes cidades como Belo Horizonte, Belém e Goiânia. Em Barcarena, Pará, vídeos denunciam que eleitores trajados de vermelho, cor associada ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estariam sendo impedidos de comprar passagem para embarcar para ir a Belém votar. No Rio de Janeiro, cariocas e fluminenses questionaram a série de blitz da Polícia Militar na Avenida Brasil, maior via de acesso do estado, que gerou um enorme congestionamento.
No sábado, 29, Moraes proibiu a PRF de realizar qualquer operação que comprometesse o acesso de eleitores aos locais de votação. A PRF já havia realizado mais de 500 blitz até 12h, de acordo com o levantamento feito pela 'Folha de S. Paulo'. Apenas em Alagoas, mais de 80 ônibus teriam sido abordados.
A coligação Brasil da Esperança, que representa o candidato Lula, acionou o TSE contra o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, que declarou voto em Jair Bolsonaro (PL), e pede multa de R$ 500 mil por hora em razão das supostas operações da corporação que estariam dificultando o fluxo de ônibus e veículos de transporte público pelo país, em especial no Nordeste.