A eleitora Jane Reis ficou bastante emocionada ao realizar seu voto, no Gávea Golf Club, em São Conrado, na Zona SulMatheus Ruas/ Agência O Dia

Rio – A votação para o segundo turno da eleição presidencial apresentou uma grande melhora em comparação ao primeiro turno, neste domingo (30). Com filas curtas, eleitores votaram com rapidez e revelaram suas expectativas para a votação. O resultado deve ocorrer na noite deste domingo, para revelar que será o próximo presidente da república em 2023.


Para Jane Reis, que ficou bastante emocionada ao realizar seu voto, no Gávea Golf Club, em São Conrado, na Zona Sul, o momento é a oportunidade perfeita para se livrar do momento tenebroso em que o país vive. “As pessoas têm que votar e sentir. Votar com sua consciência e seu coração. O meu lado, é o lado que vai combater a miséria sem discriminação”.

"Eu fiquei bastante emocionada no momento de votar. É a oportunidade de se livrar de um momento tenebroso em que vivemos. Eu sei que tivemos a covid, mas não precisava morrer tanta gente. Não precisava ter tanta gente passando fome. Eu sou mulher, sou nordestina, neta de negra e de uma lavandeira, meus amigos são gays, meu marido é negro, eu trabalho com arte, eu posso estar aonde? Aonde não me querem? Eu sou repudiada de um lado, e aceita do outro", disse a artista.

Já para Elton Simão dos Santos, de 55 anos, a votação é chance de mudar e decidir o futuro do nosso país e condenou o fato de muitas pessoas não exercerem o direito de voto. "A votação é muito importante e extremamente necessária. Nós temos que mudar a situação do nosso país, então vim aqui para tentar fazer alguma diferença. Creio que as pessoas estão equivocadas em não realizar algo que possuem direito. Se tivessem a consciência do que está acontecendo, eles estariam votando para garantir a oportunidade que tem de fazer a diferença. Não concordo com a atual gestão do nosso país, do nosso presidente e, com o meu voto, eu espero fazer alguma diferença".

Assim como em São Conrado, eleitores não enfrentaram longas filas na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar. O militar Átila Silva, de 31 anos, votou na seção de Bolsonaro. Ele afirmou que não enfrentou fila como no primeiro turno, que aguardou 15 minutos para votar. "Foi tudo tranquilo, sem nenhum problema. Dessa vez está mais tranquilo", afirmou.

Já para a assistente de farmácia, Denise da Silva Dias, de 55 anos, que também votou na Vila Militar, as filas não atrapalharam o momento de proferir seu voto. "Super tranquilo. Só tinha uma pessoa na minha frente, diferente da passada".

No Ciep 303 Ayrton Senna da Silva, na Rocinha, Zona Sul do Rio, as filas contaram com uma participação especial. Teresa Domingues exerceu seu direito de voto e levou seu companheiro, um papagaio chamado Noninho.

"Ele é meu companheiro de todas as horas. A dona dele não pode ficar com ele, por trabalhar com costura, já o meu trabalho não me impede de trazê-lo, aí resolvi vir com ele para votar. Ele fez muito sucesso hoje. Já fazia, hoje ele ficou mais ainda em votar no Lula.", afirmou teresa.

Já para Teresinha Irene do Santos, de 85 anos, a votação foi muito tranquila. Cadeirante por sequelas da Covid-19, a advogada condenou a mentalidade das pessoas em não exercer seu direito de voto. “As pessoas hoje não têm a consciência e nem a vontade de querer aprender. As pessoas acham conivente acreditar em tudo o que é dito por um candidato e votam sem questionar ou pesquisar”

"Eu tenho 85 anos, sou advogada, sou militante, e hoje ando de cadeira de rodas por conta da Covid. Hoje estou em vias de sair da cadeira para a bengala e estou aqui para fazer questão de votar no meu candidato. Eu não voto em ladrão. Vim exercer meu direito e mesmo com muita dificuldade não vou deixar de vir. Voto no mesmo lugar a 70 anos e não pretendo mudar. O povo não está mesmo raciocinando 100%, não estão levando a sério o destino do país. O destino dos nossos filhos, dos nossos netos, está em jogo", disse a advogada.

A escola contou com a presença de muitas famílias, assim como a de Silvana da Silva, de 48 anos, que exerceu o direito de voto com seu marido e filho, com quem faz questão de levar com ela em todas as eleições.

"Eu acho importante a gente vir votar, porque se a gente não vota, alguém escolhe por nós. Eu acho que é um dever meu, uma obrigação, e sempre que venho, eu trago meu filho para ele aprender a importância do voto", contou.

Na Universidade Unisuam, em Bonsucesso, uma das maiores zonas eleitorais do estado, eleitores tiveram tranquilidade em votar. No primeiro turno, eleitores enfrentaram filas que davam voltas na Universidade.

"Hoje pelo incrível que pareça, foi bem rápido. Cheguei e nem enfrentei fila para votar. No primeiro turno tive que voltar aqui três vezes. A fila dava voltas na universidade e tive que voltar perto do fim, quando estava mais vazio. Eu acho importante vim votar. Não podemos esperar sentados em casa para que algo aconteça", disse o professor de dança, Lucas Caderusso, de 30 anos.

No primeiro turno, o eleitor Gabriel da Fonseca, de 61 anos, acabou desistindo de votar pela quantidade de gente na fila, e, apesar de conseguir voltar no segundo turno, disse não estar contente com a votação.

"A minha sessão estava vazia, não tive dificuldades para votar. No primeiro turno eu não consegui votar devido problema de pressão alta. Acabei desistindo com as 500 pessoas que estavam na minha frente. Eu gosto de votar, mesmo achando a política extremamente complicada. Eu não tenho que dar apoio para quem é ladrão. Para mim os dois são a mesma coisa. Falcatrua atrás de outra, e não fazem nada. Não estou satisfeito com os candidatos", disse o operador de mistura.

Já para a dona de casa, Maria Eduarda Mendes, de 30 anos, a votação foi bem tranquila e rápida, mas condenou a obrigatoriedade do voto "A votação foi tranquila, no primeiro turno enfrentei bastante fila. Hoje eu cheguei e votei bem rápido. Eu gostaria que o voto não fosse obrigatório, se eu pudesse eu não vinha, mas espero um futuro melhor".

Diferente de Maria Eduarda, para a esteticista Tamires Ferreira, de 33 anos, o ato de votar foi de extrema felicidade e disse esperar para que o melhor candidato vença. "Hoje foi bem rápido. No primeiro turno eu cheguei a enfrentar uma fila de 2 horas. Hoje passei 10 minutos. Eu gosto de votar e estou muito feliz em cumprir com o meu dever como cidadã. Espero que vença o melhor e que cumpra com o que prometeu".