Por pedro.logato
Brasília - Ao convocar os 23 jogadores que a partir do próximo sábado, contra o Japão, representarão o Brasil na Copa das Confederações, o técnico Luiz Felipe Scolari usou a renovação da equipe como um de seus principais critérios.
Felipão dá instruções para Neymar e LucasAndré Mourão / Agência O Dia

Sua equipe tem média de idade de 26 anos e somados os atletas têm 643 convocações. Felipão teve que fazer um trabalho, que, em parte, cabia ao seu antecessor Dunga. O comandante da Copa de 2010 não fez a desejável mescla entre juventude e experientes no último Mundial.

Há quase três anos, Dunga convocou 23 jogadores que somados tinham 1239 convocações para a Seleção. Além disso, a média de idade era de 29 anos e três meses, a maior entre todas as 32 seleções que estiveram na África do Sul. Em 2006, na Alemanha, a equipe comandada por Carlos Alberto Parreira tinha média de 28 anos e dois meses, já acima dos 26 anos do time que conquistou o pentacampeonato em 2002.

“É bem diferente de 2002. Hoje, a maioria dos jogadores tem idade do meu segundo filho. São muito jovens. É diferente da geração que tinha Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos. Algumas vezes tenho que agir de uma maneira, outras vezes, por conhecer a vida, já é mais na base da amizade, do carinho. Diferentemente de 2002, que tinham muitos jogadores rodados, experientes e com mais idade. Eles têm entendido e aceito. Quase como converso com os meus em casa”, explicou Felipão.
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Ao abrir mão de Ronaldinho Gaúcho e Kaká, Felipão quis dar experiência aos garotos. Dos 23 convocados, apenas oito já disputaram um torneio oficial com a Seleção. Somente Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva e Fred sabem o que é disputar um Mundial. Felipão sabe que experiência em uma Copa pode ajudar.
“Às vezes mesmo com vontade não dá para comparar com quem já jogou 100 partidas na Liga dos Campeões da Europa. Mas eles vão contar com a comissão técnica para assimilar. Ganhamos cinco Copas do Mundo porque fomos equilibrados e organizados. Se entenderem isso vamos bem”, afirmou o treinador que tem Neymar e Oscar entre os titulares, ambos com 21 anos.
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Neymar entre a cobrança da torcida e o apoio de Felipão
Quando Neymar saiu de campo no segundo tempo contra a França, a torcida gaúcha na Arena do Grêmio não poupou o novo atacante do Barcelona de vaias. Mas, se o público não ficou tão satisteito com a atuação da estrela, Neymar ganhou, mais uma vez, a aprovação do comandante Luiz Felipe Scolari.
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“Eu não concordo (que o Neymar não tenha jogado bem). A minha análise é que tem cumprido exatamente o que eu peço. E tem jogado de uma maneira que me deixa totalmente satisfeito”, afirmou Felipão, que volta a trabalhar com o grupo hoje, em Goiânia, depois da folga de domingo.
O treinador da Seleção já havia defendido Neymar depois que o francês Didier Deschamps criticou o posicionamento do jogador na equipe brasileira.
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“Ganho um craque. Ele jogando aberto, no meio, de goleiro”, elogiou Felipão, na ocasião.
Contra o Chile, em abril, no Mineirão, quando Neymar foi vaiado, o treinador também enalteceu o atacante. Em alta com a comissão técnica, Neymar terá agora a Copa das Confederações para cair nas graças da torcida com a Amarelinha.