Alemanha - O Borussia Dortmund se atolou em uma crise financeira sem precedentes no começo do século, logo após o título alemão conquistado na temporada 2001/2002, e teve que se desfazer de diversos jogadores importantes para equilibrar as dívidas e evitar a falência. Por alguns anos, o clube não conseguiu montar elencos de qualidade e virou coadjuvante dentro do país.
A partir daí, o Dortmund passou a apostar em jovens promessas, jogadores de baixo custo e até certo ponto desconhecidos para tentar voltar aos tempos de glória. A famosa política do "bom e barato". Demorou quase dez anos para isso acontecer, mas os frutos foram colhidos na Bundesliga 2010/2011. Naquela temporada, os aurinegros não eram cotados ao título, mas surpreenderam revelando e emplacando atletas e usando a força do conjunto.
Nomes pouco conhecidos e ainda não consagrados, como o garoto Mario Götze, com apenas 18 anos de idade na ocasião, o defensor Hummels, o lateral Schmelzer, os poloneses Kuba e Piszczek, o japonês Kagawa, o turco Sahin e o artilheiro paraguaio Lucas Barrios, ajudaram em mais uma conquista da equipe dentro do Campeonato Alemão.
Com o sucesso dos jogadores, sempre vem o assédio. O Borussia temia perder suas principais peças no mercado europeu e se enfraquecer para a temporada seguinte, voltando ao nebuloso período de vacas magras. Para o campeonato de 2011/2012, os BVB negociou Sahin, um dos principais nome da equipe, contratado pelo poderoso Real Madrid, e ainda viu o atacante Barrios sofrer uma séria lesão.
Foi então que o Dortmund promoveu o surgimento de outros dois grandes nomes no seu elenco. No meio de campo, o clube contratou Gündogan, que estava no Nuremberg. Hoje, o moderno volante é peça fundamental no time e titular da seleção da Alemanha. No ataque, para vaga de Barrios, o polonês Lewandowski assumiu a condição de titular e se transformou em um dos principais centroavantes do futebol mundial.
Mantendo a qualidade do elenco e a base vencedora, a equipe conseguiu buscar o bicampeonato alemão de forma convincente. E, novamente logo após o título, um gigante europeu desfalcou o Borussia Dortmund: o japonês Kagawa, grande maestro na campanha do bi, foi contratado pelo Manchester United.
Em 2012/2013, o clube abriu os cofres e apostou em um garoto do xará Borussia M'gladbach para subrir a ausência de Kagawa. E deu muito certo. O meio-campista Marco Reus chegou e em pouco tempo fez os torcedores esquecerem o japonês. Se o tricampeonato alemão não veio, o Dortmund conseguiu voltar a ser protagonista no continente, chegando à grande final da Liga dos Campeões da Europa. Mesmo perdendo a decisão para o rival Bayern de Munique, o saldo foi bastante positivo.
Para atual temporada, o clube perdeu outro grande nome. O meia Mario Götze foi vendido ao Bayern - a negociação aconteceu antes mesmo da final da Champions - e o Dortmund foi obrigado a ir às compras mais uma vez para buscar peça de reposição à altura. Chegaram ao clube o meia armênio Mkhitaryan, que estava no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e o atacante gabonês Aubameyang, ex-Saint-Etienne, da França.
A dupla está longe dos holofotes do futebol europeu, chegou até com um certo ar de desconfiança, mas está dando conta do recado. Na última terça-feira, Mkhitaryan e Aubameyang fizeram os gols que garantiram a classificação do Dortmund na Copa da Alemanha . Dentro da Bundesliga, o meia tem três gols, enquanto o atacante já marcou cinco. Invicta, a equipe lidera a competição com 16 pontos, ao lado do Bayern.
Mesmo ainda no começo da temporada 2013/2014, o Borussia Dortmund já começa a pensar em como vai se virar na próxima. Isso porque o atacante Lewandowski avisou que deve mesmo sair do clube , fazendo com que os aurinegros tenham que "achar" um centroavante de nível no mercado da bola. O histórico recente mostra que a tendência é aparecer outro grande jogador para o futebol mundial defendendo as cores amarela e preta.
Reportagem de Mário André Monteiro