Por rafael.arantes
São Paulo - Um dia após o acidente e no primeiro dia de luto na Arena Corinthians, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Civil de São Paulo através do presidente e deputado estadual Antonio de Sousa Ramalho revelou que um técnico de segurança do trabalho alertou o engenheiro civil da Odebrecht às 8h da manhã da quarta, quatro horas antes do acidente, sobre o risco de queda do guindaste. Sem revelar nomes dos funcionários, Ramalho afirmou que o engenheiro responsável pelas obras ignorou o alerta do técnico.

“Nós recebemos a informação somente à noite, mas o técnico disse que aquilo estava perigoso. O engenheiro (Odebrecht) foi até o local e disse que a responsabilidade era dele, porque ele era o chefe de engenharia e o trabalho estava 100% seguro”, disse Ramalho.

Tragédia vitimou duas pessoas na Arena CorinthiansMarcelo Camargo / ABR

Uma das hipóteses levantadas pelo presidente do Sindicato, que ainda questionará o técnico de segurança, o motivo do acidente teria ocorrido por conta da base do guindaste que não suportaria o peso da estrutura que foi içada.

O guindaste do acidente era apontado como o maior da América Latina, com capacidade para 1.500 toneladas e já havia erguido 37 treliças semelhantes. De qualquer maneira, o Sintracon cobra investigação da polícia e do Ministério Público sobre as causas do acidente fatal da última quarta.
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De acordo com as informações do presidente, o sindicato esteve presente em outras oportunidades na Arena Corinthians para constatar denúncias de funcionários que estariam trabalhando 14 horas por dia. Segundo ele, as informações são dificeisde ser coletadas “porque tem churrasco toda semana”.
Reportagem: Gabriela Chabatura