Por bernardo.argento

Rio - Quem ainda tinha alguma esperança de surpresa na relação de Felipão se frustrou, a não ser que o nome de Miranda tenha impressionado. Ele talvez fosse o menos cotado entre os 23 chamados, mas estava perfeitamente integrado entre as principais possibilidades. Nas últimas avaliações desta coluna, Henrique sempre apareceu, embora ontem, por mero palpite, Miranda estivesse em seu lugar. No elenco final dessa bolsa de apostas, o ‘Contra-ataque’ cravou 22 dos 23 nomes, ótimo índice, mas nada demais porque estava tudo muito fácil e só quem estivesse por fora ou quisesse aparecer poderia fabricar nomes.

A Seleção tem a base vitoriosa da Copa das Confederações, todos sabem o time titular, isso é o que importa, e todas as pequenas polêmicas ficaram em torno dos reservas. Seguiu-se a tendência lógica de optar pelos jogadores que estão no exterior e somente quatro, apenas um titular, jogam no Brasil.Se vamos ganhar a Copa, não se sabe, mas o time é bom e, mesmo na incerteza de torneio mata-mata, é favorito, secundado por Argentina e Alemanha.

O amigão

Na escolha do segundo reserva para o centro da zaga, Felipão tinha várias opções, todas do mesmo nível e uma delas, Miranda, em forma excelente, mas ele levou em consideração, na reunião decisiva, o seu retrospecto com Henrique no Palmeiras, a passagem tranquila pela Seleção e o seu temperamento forte, de liderança. Um nome de absoluta confiança e de amizade e esse foi um peso considerável para a escolha. Felipão decidiu pelo lado pessoal, mas bem embasado.

O ás na manga

De todos os reservas, dois parecem ser os mais confiáveis: Fernandinho, que atravessa excelente fase e tem mostrado sempre grandes qualidades, mas, principalmente, Bernard (foto), que poderá surgir como uma possibilidade de mudança de jogo pela velocidade, dribles, jogadas pelas extremas e improvisação. Ele pode ser o eventual substituto de Neymar em uma emergência, mas também para Hulk ou Oscar na necessidade de uma guinada tática na Seleção.

Sem audácia

Ficou bem claro, pela relação final, que Felipão e os seus conselheiros não quiseram correr o risco de improvisação ou de utilização de um jogador em posições muito diferentes. Por exemplo, levantou-se a hipótese de não chamar Maxwell para abrir espaço a Robinho, mas essa possibilidade foi descartada até porque implicaria, em um sufoco, em deslocar Daniel Alves para a lateral esquerda. Era mudar demais sem necessidade. Simplicidade foi o tom da convocação.

Os outros sete

Já que não houve muita chance de especulação nessa lista de 23 jogadores, talvez fique mais divertido imaginar quais os sete que Felipão vai enviar para a Fifa em caso de substituição por lesão. Seriam, normalmente, um goleiro, um zagueiro de área, um lateral, dois jogadores de meio-campo e dois atacantes. Os mais cotados parecem ser Cavalieri (foto), Rafinha, Miranda, Lucas Leiva (ou Fernando), Lucas, Robinho e ainda um centroavante. Esse fica para o caro leitor escolher.

Estava mesmo na hora de renovação total

Há muitos torcedores que, por incrível que pareça, lamentam as ausências de veteranos como Ronaldinho Gaúcho (foto), Robinho e Kaká. Vamos com calma. Ronaldinho teve chance com Felipão, foi uma lástima e se arrasta no Atlético-MG. Kaká poderia dar toque de classe, mas também tem feito temporadas ruins no Milan. Só Robinho teria algum espaço, mas como terceira opção.

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