Porto Alegre - Às vésperas do reencontro da torcida do Grêmio com o goleiro Aranha, vítima de insultos racistas na Arena durante partida da Copa do Brasil, o técnico Luiz Felipe Scolari polemizou e deu a entender que o santista armou toda a situação.
De acordo com o jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, o comandante fez a sugestão durante uma conversa com o assessor de imprensa João Paulo Fontoura e o superintendente de futebol Antônio Carlos Verardi.
"Vê se eles (jornalistas) vão cair na esparrela do Aranha de novo. Fala com eles, diz para eles", afirmou Felipão no treinamento da última terça-feira.
A reportagem do iG conversou com Lauro Noguez, assessor da presidência para assuntos de torcida, e ele minimizou a interpretação do comandante. "O Felipão é um sujeito simples, nascido no interior do Estado, oriundo da colônia italiana... Ele usou essa palavra (esparrela) para dizer que naquele dia (oitavas de final da Copa do Brasil) o Santos vencia o jogo, o Grêmio pressionava, então era interessante para o goleiro do Santos fazer cera, ficar mais tempo para ser atendido, amarrar a chuteira", disse.
"Isso é normal, faz parte do futebol. O goleiro do Grêmio também faz isso, todos fazem. Mas aquele comportamento criou uma animosidade e foi o que deu início a tudo. Aí o torcedor diz o que não deve. Mas é importante destacar que nada justifica a injúria racial", prosseguiu.
Na partida da Copa do Brasil, o goleiro Aranha foi chamado por macaco por torcedores do Grêmio, entre eles Patrícia Moreira da Silva, flagrada pelas câmeras da ESPN. O clube conseguiu identificá-los, mas acabou excluído da competição em decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
