Por fabio.klotz

São Paulo - Bábby reencontrou a motivação que perdeu no basquete profissional no contato com jovens de 11 a 17 anos. Em Santos, na Zona Noroeste, ele ministra clínicas e ajuda a garotada a sonhar com um futuro melhor. Bábby começou a fazer este tipo de trabalho quando defendia o Flamengo. Hoje, na Baixada Santista, o ex-pivô serve como inspiração para os jovens.

Bábby orienta a garotada%3A filosofia americana para ajudar os jovensDivulgação

"É um projeto diferente, gostoso, de passar um pouco da minha experiência. Eles se identificaram comigo. É recompensador ver o brilho nos olhos dos meninos, o sonho de chegar à NBA, ter uma trajetória parecida com a minha”, diz Bábby.

A parceria com a CUFA (Central Única das Favelas) começou em Madureira, no Rio. Em Santos, tem o reforço do Instituto Bábby. Juntos, tentam driblar as dificuldades e buscam recursos - Bábby chegou a tirar dinheiro do bolso para ajudar o projeto, atualmente com 40 jovens. A quadra na comunidade carente nem sequer tem rede. A meta é melhorar a estrutura, disponibilizar material e alimentação. O objetivo da CUFA/Instituto Bábby vai além do basquete.

“É educar os meninos para um mundo melhor. Se não virar jogador, vai ter instrução e um sonho. É o respaldo que dou a eles”, declara Bábby.

Com passagem pela NBA, Europa e grandes clubes do Brasil, Bábby usa sua imagem para tentar atrair recursos. Ele se inspira na filosofia americana para ajudar a garotada. A ideia, além do esporte, é de no futuro ajudar na escola ("Se não for bem, não joga", diz) com professor particular. Em quadra, Bábby ensina o que aprendeu na carreira.

Bábby busca recursos para melhorar a estrutura na Zona NoroesteDivulgação

"Todo treino é igual ao dos Estados Unidos. Dou treino físico com bola, treino de defesa. Dá para ver a evolução dos meninos e que eles têm uma nova paixão", acrescenta.

Carreira interrompida

Após estudar nos Estados Unidos, Bábby foi draftado e chegou à NBA. Ele defendeu Toronto Raptors, Utah Jazz e Minnesota Timberwolves. Na Europa, jogou no basquete da Rússia. No Brasil, o pivô desembarcou no Flamengo e logo foi campeão do NBB e da Liga Sul-Americana. Na última temporada, jogou pelo Pinheiros. A falta de reconhecimento no país tirou o ânimo de Bábby. Ele quase acertou com o Palmeiras, mas desistiu. A decisão de se aposentar surgiu naturalmente.

"Eu morei 12 anos fora. O respeito que sempre tive não encontrei aqui. Na faculdade, minha camisa está lá pendurada. Aqui não se respeita a história do jogador. Cansei. Para não ter problema, eu mesmo decidi parar", avisou.

Pelo Flamengo%2C Bábby conquistou o NBB e Liga Sul-AmericanaCarlos Moraes

Otimismo no desafio do Fla na NBA

Com a experiência de quem jogou na NBA e pelo Flamengo, Bábby mostra otimismo no desafio rubro-negro de encarar times da liga norte-americana. O primeiro jogo é nesta quarta-feira, às 23h, contra o Phoenix Suns.

"Eu acredito no Flamengo. O time está em um bom momento. Se perder, vai ser em jogo equilibrado. O Flamengo tem dois pivôs americanos muito bons, os argentinos. Tem Marcelinho, Marquinhos, com bagagem de NBA. Acredito que esteja mais entrosado até."

O ex-pivô alerta para a dificuldade que o clube carioca vai encontrar para jogar nas regras da NBA: "O Flamengo vai sentir a diferença, até de arbitragem, critérios de defesa, e vai precisar marcar mais. É um jogo mais físico. São detalhes que o time precisa se adaptar rapidamente", disse, para elogiar o ex-clube:

"A estrutura do Flamengo hoje é de nível da Europa. As contratações e os títulos que conquistou ajudaram a receber a chance de jogar contra a NBA. Vai ser uma experiência legal. O Flamengo merece, é campeão mundial, da Liga das Américas e se reforçou com jogadores de nível", afirma.

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