Rio - É difícil controlar a euforia da torcida vascaína, que vê o título muito perto depois da vitória no primeiro jogo, da demonstração de dedicação do time e da consciência de que atual vantagem tem grandes chances de ser decisiva. Nas ruas, nas redes sociais, em parte da própria mídia, o Vasco é tratado, mais do que favorito, como provável campeão.
A história do futebol ensina como isso pode ser perigoso. É claro que nas declarações oficiais, dirigentes e profissionais vascaínos recusam o favoritismo, reconhecem as dificuldades e prometem empenho. Mas, se o Vasco não praticar exercício constante de humildade e acreditar demais na própria superioridade, pode se complicar. Essa talvez seja a chave do jogo: a necessidade de contenção do Vasco contra a capacidade de superação do Botafogo.
Missão cumprida
Os reservas do Botafogo estiveram longe de mostrar um bom futebol, mas jogaram o suficiente para derrotar o Capivariano e facilitar a tarefa para o jogo da volta - o time pode até perder por 1 a 0. Não houve destaques, apesar dos rompantes de Diego Jardel. Daniel Carvalho deixou a marca com gol na estreia. Valeu pelo empenho e pela prova do bom ambiente no clube.
O resgaste
A história da volta de Daniel Carvalho ao futebol é emocionante e talvez inédita em suas particularidades. Com a vida financeira bem encaminhada, ele se aposentou cedo, mas, aos 32 anos, o filho, de 7, se ressentia de não tê-lo visto em ação. Daniel treinou firmemente e perdeu peso. Como não desaprendeu a jogar, poderá, quem sabe, encantar o filho.
Festa nordestina
O lendário e admirável João Saldanha dizia que o Nordeste, por suas características e cultura, merecia competição à parte, nas quais as rivalidades regionais encheriam estádios e dariam sentido ao fanatismo do torcedor. No confronto com o Sul, há certo desnivelamento, mas a Copa do Nordeste empolga, como se viu nos 63 mil pagantes da decisão entre Ceará e Bahia.
Atraente e longo
A estreia de melhor currículo da semana é "Winter sleep", co-produção europeia com chancela turca, que venceu a Palma de Ouro em Cannes, obra de Nuri Bilge Ceylan elogiadíssima pela crítica, mas que é um desafio ao espectador com longas sequências e quase 200 minutos de projeção! Ótima pedida deve ser "Cake", drama com Jennifer Aniston.