Por fabio.klotz

Rio - O divórcio foi litigioso. Mas neste domingo, às 17h, na Arena Palmeiras, Seleção e torcida se reencontram, no amistoso com o México, a fim de discutir a relação. Mesmo sem Neymar, o time de Dunga precisará de uma vitória convincente para provar que campo e arquibancada podem ser felizes novamente com a camisa amarela. E que são capazes de passar por cima do escândalo de corrupção na Fifa que arrepia a espinha dorsal da CBF - o ex-presidente José Maria Marin está preso, e há indícios de que o atual, Marco Polo del Nero, também seja um dos investigados.

Dunga faz o 'meio-campo' na relação entre Seleção e torcida e tenta reconquistar os brasileirosErnesto Carriço

Assistir ao vexame diante da Alemanha, no Mineirão, foi doloroso demais para os brasileiros. Quem estava em campo jura que a goleada por 7 a 1 aconteceu por acaso. A torcida, porém, se sentiu traída. Ainda abalada, sofreu nova desilusão, com a perda do terceiro lugar para a Holanda: 3 a 0.

Dois meses depois, a Seleção voltou a cortejar sua alma gêmea. De longe, mandou sinais de que pretendia reatar a relação. Em oito amistosos, todos fora do país, o time de Dunga obteve 100% de aproveitamento: Colômbia (1 a 0), Equador (1 a 0), Argentina (2 a 0), Japão (4 a 0), Turquia (4 a 0), Áustria (2 a 1), França (3 a 1) e Chile (1 a 0).

A torcida, no entanto, quer uma prova de amor. Uma mostra de que os bons tempos do passado podem se repetir. Por enquanto, as lembranças da época em que o futebol brasileiro era referência de qualidade e sinônimo de excelência parecem remotas. Neste domingo à tarde, a Seleção tem a primeira chance. Mas que tenha consciência de que não se cura tamanha mágoa com apenas um gesto de carinho.

O encontro seguinte está marcado: será quarta-feira, em Porto Alegre, contra Honduras. Depois, o grupo comandado por Dunga embarca rumo ao Chile. Distante daquela que sempre lhe fez juras de amor eterno, terá a real chance de mostrar que mudou para melhor.

A estreia na Copa América contra o Peru, dia 14, em Temuco, será o primeiro passo. E, se a crise nos bastidores põe em xeque a credibilidade da CBF, nada apaga os momentos vividos entre Seleção e torcida. De certo, somente o fato de que uma não vive sem a outra.

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