Por renata.amaral

Rio - A ausência de Jefferson na últimas convocações de Dunga, na seleção brasileira, causou estranhamento nos fãs de futebol. Acostumados a ter o goleiro como titular da amarelinha sob o comando de Dunga, aos poucos os torcedores viram o jogador perder espaço para Alisson, do Internacional, até parar de ser relacionado pelo técnico. Sete meses após a última partida do atleta do Botafogo pela Seleção, Gilmar Rinaldi, coordenador da CBF, resolveu dar explicações sobre o afastamento.

A última partida de Jefferson pela Seleção foi em outubro do ano passadoRafael Ribeiro / CBF / Divulgação

"Vi ele falando e acho que tem todo o direito de se manifestar. Só que ele falou assim: 'pelo meu histórico na Seleção'... O único cara que colocou ele para jogar foi o Dunga, gente! Ele só jogou com o Dunga. Agora, ele tirou o cara e parece que caiu o mundo. Tem um treinador de goleiros que avalia o trabalho do dia a dia. Se ele é o treinador da Seleção e não puder fazer mudanças, desculpa, ele não pode ser treinador da Seleção e vou ter que interferir. Ele está lá para fazer a mudança que a consciência dele achar necessária, é simples. Do Jefferson, apenas a frase dele não entendi", justificou Gilmar em entrevista ao programa 'Bem, Amigos', do SporTV.

Jefferson, na realidade, foi convocado pela primeira vez pela Seleção de Mano Menezes, e também esteve nas relações de Felipão, inclusive na Copa do Mundo de 2014, mas passou a ser titular mesmo com o retorno de Dunga ao comando do time. A última partida com a amarelinha foi na derrota por 2 a 1 para o Chile, nas Eliminatórias da Copa, em outubro de 2015. Na partida seguinte, contra a Venezuela, o goleiro foi barrado, e ficou fora da convocação de Dunga de março deste ano. Em maio, o técnico divulgou a lista dos jogadores da Copa América Centenário, que mais uma vez não contou com o alvinegro.

Dunga justificou a ausência de Jefferson nas últimas convocaçõesDivulgação

"Tive um treinador, o Jair Pereira, que falou uma vez para mim: “Dunga, vou te falar uma coisa, gosto muito de ti, mas gosto muito mais de mim. Se tiver que te tirar, vou te tirar”. Se for para o bem da Seleção, vou tirar. Aí, comentam: “a seleção é fechada, não muda nada”. Como o Gilmar falou, um goleiro que só jogou comigo, quer mais confiança que isso? Depois de uma Copa do Mundo coloquei de titular. Agora, o jogador tem que entender que dentro da Seleção tem uma competitividade muito alta. Você jogar e não jogar vai depender do momento e da situação, e tem que ter respeito e humildade pelo goleiro que está entrando, que esperou ele jogar. Ele tem a opinião dele, pode tranquilamente ser contra mim. Agora, vocês têm que ter a plena certeza: temos um centro de inteligência em que analisamos o jogador no clube, o comportamento fora e dentro do clube, a forma como joga no clube dele, a forma como toma gol no time dele, como faz gol no time dele, tudo é analisado para a gente ter o mínimo de erro possível. Agora, na Seleção ninguém é dono da posição, isso é competição", disse Dunga, reforçando a opinião de Gilmar.

A entrevista em questão ocorreu em novembro do último ano. Na ocasião, Jefferson disse ao 'Bem, Amigos' que não se sentia injustiçado por ter perdido espaço na Seleção, mas que não esperava pelos seus 'números na seleção brasileira'. O jogador também disse que 'goleiro é uma posição de confiança do treinador' e garantiu que 'poderia ter tido um pouco mais de crédito'.

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