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STJD está de olho em desabafos contra atuações da arbitragem nas redes sociais

Jogadores podem sofrer punição por postagens irônicas

Arbitragem irrita times da Série A - Reprodução
Arbitragem irrita times da Série AReprodução
Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - As críticas que os jogadores estão fazendo à arbitragem nas redes sociais também estão sendo lidas pelos procuradores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O órgão vem analisando os comentários publicados nas contas pessoais no Facebook, Instagram e Twitter nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro e pode denunciar os reclamões, como informa o seu presidente. "O STJD está ciente desses acontecimentos e já estamos analisando os casos para oferecimento de denúncias", disse Ronaldo Piacente, presidente do STJD, ao jornal O Estado de S.Paulo.

Depois que os jogadores perceberam que as entrevistas dadas para os meios tradicionais tinham grande repercussão nos tribunais, eles migraram para a internet. E os comentários estão se tornando cada vez mais comuns na redes. No último final de semana, por exemplo, o volante Felipe Melo, do Palmeiras, foi irônico ao comentar a atuação do trio de arbitragem no empate por 0 a 0 contra a Chapecoense, em São Paulo. O árbitro mineiro Igor Junio Benevenuto apontou impedimento de Antônio Carlos e anulou um gol no último lance do jogo, mas as câmeras de tevê mostraram posição legal. "Mostre o impedimento do Antônio Carlos e ganhe uma camisa do Palmeiras", disse Felipe Melo.

O zagueiro Arboleda protestou contra a arbitragem do paranaense Rodolpho Toski Marques no empate entre Fluminense e São Paulo, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. "Como pode ser possível um árbitro não marcar uma falta dessas, não prejudique o trabalho", escreveu o equatoriano do clube tricolor paulista.

Até os clubes costumam usar os perfis sociais para desabafar. Para denunciar o que considerou erros de arbitragem nos jogos contra o Atlético Mineiro pelo Estadual, o América-MG fez uma postagem bem-humorada. A referência é o programa Fantástico, da Rede Globo. "Três erros decisivos contra o mesmo time também valem música? É ou não é fantástico?", escreveu.

O movimento não é novo. Quando atuava no Santos, Neymar afirmou que teve o seu Twitter utilizado por um assessor que teria postado: "Juiz ladrão vai sair no camburão". Ele se livrou da suspensão do STJD, mas foi multado em R$ 15 mil.

O Superior Tribunal vê nos comentários uma tentativa de intimidação à arbitragem. Esse seria o problema da manifestação. "Analiso essa questão de forma preocupante, pois é nítida a intenção de pressão sobre a arbitragem com comentários e críticas muitas vezes infundadas e com interesse de justificar eventual má atuação do clube ou do atleta em campo", disse o presidente Ronaldo Piacente.

BLINDAGEM - Em geral, as críticas não são vistas pelos árbitros. Marcos Marinho, presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, afirma que eles são orientados a não acessar as redes. "Nossa recomendação é para que os árbitros não entrem nas redes sociais Eles não devem ler comentários nem publicá-los", disse. Sobre o teor das mensagens, ele entende que elas têm de ser respeitadas. "A opinião tem de ser respeitada, desde que não haja ofensa".

Para prevenir problemas com a arbitragem, os clubes estão ensinando os atletas a se comportar diante do teclado. O Palmeiras, por exemplo, tem uma cartilha entregue em mãos aos novos contratados. Trata-se de um material dividido em tópicos. A preocupação maior do clube é com o ambiente interno, pois o Palmeiras pede que os jogadores não critiquem os colegas, por exemplo. Mas a arbitragem é item importante: a orientação é para que reclamações e ofensas sejam evitadas.

Os desabafos nas redes sociais são comuns também em outros países. Não é só no Brasil. "Penal de m...", escreveu o chileno Arturo Vidal após a eliminação do Bayern de Munique diante do Real Madrid na Liga dos Campeões da Europa. Ele reclamava do toque de mão dentro da área do brasileiro Marcelo. Sobre o mesmo lance, o zagueiro Boateng publicou em inglês. "Não foi pênalti. Ah, que isso!", divulgou nas redes.

No ano passado, o zagueiro Gerard Piqué reclamou, dia sim dia não, da arbitragem. "Contra as mesmas equipes. Oito pontos", escreveu o jogador, colocando fotos de manchetes de jornais citando erros a favor do Real Madrid e contra o Barcelona. Ele foi repreendido pelo time catalão e passou a evitar reclamações sobre a arbitragem nas redes sociais.

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Depois que os jogadores perceberam que as entrevistas dadas para os meios tradicionais tinham grande repercussão nos tribunais, eles migraram para a internet. E os comentários estão se tornando cada vez mais comuns na redes. No último final de semana, por exemplo, o volante Felipe Melo, do Palmeiras, foi irônico ao comentar a atuação do trio de arbitragem no empate por 0 a 0 contra a Chapecoense, em São Paulo. O árbitro mineiro Igor Junio Benevenuto apontou impedimento de Antônio Carlos e anulou um gol no último lance do jogo, mas as câmeras de tevê mostraram posição legal. "Mostre o impedimento do Antônio Carlos e ganhe uma camisa do Palmeiras", disse Felipe Melo.

O zagueiro Arboleda protestou contra a arbitragem do paranaense Rodolpho Toski Marques no empate entre Fluminense e São Paulo, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. "Como pode ser possível um árbitro não marcar uma falta dessas, não prejudique o trabalho", escreveu o equatoriano do clube tricolor paulista.

Até os clubes costumam usar os perfis sociais para desabafar. Para denunciar o que considerou erros de arbitragem nos jogos contra o Atlético Mineiro pelo Estadual, o América-MG fez uma postagem bem-humorada. A referência é o programa Fantástico, da Rede Globo. "Três erros decisivos contra o mesmo time também valem música? É ou não é fantástico?", escreveu.

O movimento não é novo. Quando atuava no Santos, Neymar afirmou que teve o seu Twitter utilizado por um assessor que teria postado: "Juiz ladrão vai sair no camburão". Ele se livrou da suspensão do STJD, mas foi multado em R$ 15 mil.

O Superior Tribunal vê nos comentários uma tentativa de intimidação à arbitragem. Esse seria o problema da manifestação. "Analiso essa questão de forma preocupante, pois é nítida a intenção de pressão sobre a arbitragem com comentários e críticas muitas vezes infundadas e com interesse de justificar eventual má atuação do clube ou do atleta em campo", disse o presidente Ronaldo Piacente.

BLINDAGEM - Em geral, as críticas não são vistas pelos árbitros. Marcos Marinho, presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, afirma que eles são orientados a não acessar as redes. "Nossa recomendação é para que os árbitros não entrem nas redes sociais Eles não devem ler comentários nem publicá-los", disse. Sobre o teor das mensagens, ele entende que elas têm de ser respeitadas. "A opinião tem de ser respeitada, desde que não haja ofensa".

Para prevenir problemas com a arbitragem, os clubes estão ensinando os atletas a se comportar diante do teclado. O Palmeiras, por exemplo, tem uma cartilha entregue em mãos aos novos contratados. Trata-se de um material dividido em tópicos. A preocupação maior do clube é com o ambiente interno, pois o Palmeiras pede que os jogadores não critiquem os colegas, por exemplo. Mas a arbitragem é item importante: a orientação é para que reclamações e ofensas sejam evitadas.

Os desabafos nas redes sociais são comuns também em outros países. Não é só no Brasil. "Penal de m...", escreveu o chileno Arturo Vidal após a eliminação do Bayern de Munique diante do Real Madrid na Liga dos Campeões da Europa. Ele reclamava do toque de mão dentro da área do brasileiro Marcelo. Sobre o mesmo lance, o zagueiro Boateng publicou em inglês. "Não foi pênalti. Ah, que isso!", divulgou nas redes.

No ano passado, o zagueiro Gerard Piqué reclamou, dia sim dia não, da arbitragem. "Contra as mesmas equipes. Oito pontos", escreveu o jogador, colocando fotos de manchetes de jornais citando erros a favor do Real Madrid e contra o Barcelona. Ele foi repreendido pelo time catalão e passou a evitar reclamações sobre a arbitragem nas redes sociais.

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