Por Raphael Vaz Teixeira

Rússia - Em 1922 era composta a União Soviética. Nesse mesmo ano surgia em Moscou um dos times mais tradicionais da Rússia: o Lokomotiv. O clube foi o primeiro campeão nacional da era soviética, em 1936, e parte fundamental na democratização do futebol no país.

Mascotes presentes no evento. - Raphael Vaz Teixeira

Nesse histórico palco foi realizado nesta terça-feira o Campeonato Mundial de Futebol pela Amizade F4F (Football for Friendship, em inglês), evento que reúne 1.500 crianças de 211 países.

Um dos principais destaques da competição foi o carioca Gustavo Cintra, que representa o Brasil no evento realizado pela Gazprom, estatal russa e uma das maiores produtoras de gás do mundo.

Além do Gustavo, Luiza Zein também participa como jovem jornalista do programa que utiliza o esporte mais praticado do planeta para aproximar diferentes culturas promovendo valores como igualdade e justiça. Temas que fazem parte da história do Lokomotiv desde a fundação.

Até o início da década de 1920, apenas times compostos por militares podiam existir na Rússia. Buscando a ampliação de direitos, o clube do distrito de Izmalovo, que fica a cerca de 12 quilômetros da Praça Vermelha, foi criado e composto por ferroviários. E a resistência parece fazer parte da história do clube.

Em tempos de empresários bilionários donos do times, o Lokomotiv é, por outro lado, controlado pelo governo através da estatal Ferrovias Russas. Atualmente, cerca de 1/3 dos times da primeira divisão segue o mesmo modelo.

Mesmo tendo como adversários times milionários, como o caso do CSKA, do empresário Roman Abramovich – também dono do inglês Chelsea -, o modelo de gestão do Lokomotiv traz bons resultados dentro do campo.

O clube é o atual campeão da temporada da primeira de divisão russa, vencendo ainda recentemente as edições de 2002 e 2004 e inúmeras vezes a copa da Rússia. No atual elenco, dois brasileiros: o goleiro Guilherme e o atacante Ari.

A presença de um atacante no Lokomotiv pode ter deixado o menino Gustavo mais à vontade durante a competição da F4F. Em apenas seis jogos, o jogador da base do Fluminense foi o artilheiro, marcando 10 vezes, e ajudou o time composto por crianças de diferentes nacionalidades a conquistar o segundo lugar para o Dragão de Komodo. Ao todo, 32 times competiram em oito grupos. Cada um carregando um nome de animal em extinção.

Imagem do evento F4F. Além do torneio, os meninos e meninas participam nessa quarta-feira de fórum que discute os valores eleitos por cada um para melhorar o mundo. - Raphael Vaz Teixeira

Para Gustavo, o fato dele ser do país do futebol fez com que os outros atletas esperassem mais nele: "Brasileiros eles pressionam um pouco, né, por conta da história do Brasil no futebol. Mas lido bem com pressão", brinca Gustavo.

Essa é a terceira vez que o Brasil participa do F4F. Além do torneio, os meninos e meninas participam nessa quarta-feira de fórum que discute os valores eleitos por cada um para melhorar o mundo.

Aleksander Kerzhavo, maior artilheiro da história da seleção russa e atual técnico do sub-18 do país, acredita que o projeto pode melhorar a vida dos jovens.

O jornalista viaja à Rússia a convite da Gazprom

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