09/03/2020 - Rio de Janeiro - RJ - Entrevista com o zagueiro do Flamengo Gustavo Henrique no ninho do Urubu em vargem grande ,zona oeste do Rio , Foto :Fábio Costa /Agencia O Dia - Fabio Costa
09/03/2020 - Rio de Janeiro - RJ - Entrevista com o zagueiro do Flamengo Gustavo Henrique no ninho do Urubu em vargem grande ,zona oeste do Rio , Foto :Fábio Costa /Agencia O DiaFabio Costa
Por Venê Casagrande

No primeiro contato com Gustavo Henrique, é normal a altura (1,95m) do jogador chamar a atenção, mas o sorriso e o jeito simpático são proporcionais à estatura e mostram que, fora de campo, ele é bem diferente daquele zagueiro raçudo. Solícito, o camisa 2 do Flamengo recebeu a reportagem no Ninho do Urubu para uma entrevista exclusiva.

O DIA: Que diferenças você mais sentiu do Santos para o Flamengo?

GUSTAVO HENRIQUE: O que eu mais senti diferença foi em relação à torcida. Onde você vai o pessoal é muito apaixonado. A estrutura do clube é uma referência no Brasil inteiro. A grandeza da estrutura me espantou um pouco. Eu nunca joguei na Europa, mas se pode dizer que é uma estrutura europeia, tem tudo aqui.

O noticiário do Santos, em 2019, mostrou que o ambiente era conturbado. No Flamengo, você encontrou uma atmosfera melhor?

Sim... Pelo que eu senti, a diretoria, os jogadores e a comissão técnica são bem transparentes. Acredito que, no Santos, talvez por ser ano político este ano, fez com que fosse um pouco mais conturbado e acabou tendo alguns problemas. Aqui tem uma harmonia diferente.

Qual é a diferença entre Sampaoli e Jesus?

O treinador de agora pede para sermos mais verticais, que a gente não toque muito para o goleiro. Essa é a diferença. O Sampaoli gosta de ter o jogo mais jogado com o goleiro. E aqui não, é mais vertical, ele (Jesus) pede o jogo para frente, para o ataque. A ideia é jogar com a linha mais alta.

O fato de não ter um jogador específico como dupla de zaga atrapalha?

O entrosamento é sempre jogar com os mesmos companheiros, mas, como eu falei que a aqui o nosso treinador trabalha com uma ideia só, os movimentos são os mesmos e isso não tem tanta diferença. As percepções são as mesmas, a leitura de jogo tem que ser a mesma. Claro que, como o Rodrigo (Caio) está aqui há mais tempo, eu peço ajuda a ele.

Como lida com críticas?

Eu tento manter sempre o foco naquilo que eu quero. Não posso escutar uma crítica que não vá me fazer bem. A crítica que importa é a do meu treinador. Estou tranquilo para aprender e evoluir.

O atual elenco do Flamengo é o mais unido que você teve na carreira?

O ambiente é muito bom. Um grupo sensacional e com vários jogadores que já ganharam muita coisa e ainda têm sede de títulos. Zero vaidade.

Em dois meses de Flamengo, você já conquistou mais títulos que em sete anos de time profissional no Santos. Já parou para pensar nisso?

Eu vim para o Flamengo por esse motivo mesmo. Eu vim para tentar conquistar títulos. Eu vim porque o planejamento foi o de ser campeão. Eu precisava sair, respirar novos ares e optei pelo Flamengo, pelo planejamento para conquistar títulos. Por isso escolhi esse clube.

Que título você mais almeja em 2020?

O mais importante é sempre o próximo. O próximo é o Carioca. Todos têm um sonho de ganhar a Libertadores. Eu acompanhei o Flamengo no ano passado e é um sonho de todos ganhar a Libertadores, assim como ganhar a Premier League e a Champions League.

Qual baixinho é mais difícil de o zagueiro marcar? Michael ou Soteldo, seu ex-companheiro no Santos?

Os dois (risos). Eu marcava pouco o Soteldo, pois sempre estávamos no mesmo time, um jogador muito habilidoso. Michael também não é fácil. Quando você acha que ele vai cruzar, ele corta para o lado. Um cara que a bola está sempre próxima do pé dele. Os dois têm muita semelhança.

A torcida tem sido importante para o time, lotando os estádios e batendo recordes. Acredita que esse possa ser o diferencial de vocês no Maracanã, onde o Flamengo não perde há muito tempo?

Jogar no Maracanã é sempre especial. Eu jogava contra e sentia a pressão da torcida. Hoje estou vendo a favor. Com certeza, é o nosso 12º e até mesmo o 13º jogador.

Jogar contra o Flamengo no Maracanã dá medo?

Não vou dizer medo, mas é uma concentração muito maior. No Maracanã, é pior ainda. Mas isso deixa o adversário mais animado, porque ganhar do Flamengo é bem difícil.

Se você pudesse definir o Flamengo em uma palavra, qual seria?

Paixão. A paixão que a torcida tem pelo clube é diferenciada. Isso só nos fortalece.

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