Brazil's Neymar (R) celebrates with teammate Lucas Paqueta after scoring a penalty against Ecuador during their South American qualification football match for the FIFA World Cup Qatar 2022 at the Jose Pinheiro Borda stadium, better known as Beira-Rio, in Porto Alegre, Brazil, on June 4, 2021. (Photo by SILVIO AVILA / AFP)AFP

Por O Dia
Porto Alegre - Há algo de podre no reino da... CBF. A célebre frase de Hamlet, peça de William Shakespeare, não retratava a realidade brasileira, mas algumas comparações são inevitáveis com a tragédia que explorava de temas como conspiração e moralidade. Após 200 dias de espera, a volta da Seleção aos gramados, contra o Equador, nesta sexta-feira, em Porto Alegre, pelas Eliminatórias, dividiu a atenção com um pesado noticiário nos bastidores. No fim, a vitória por 2 a 0, com gols de e Richarlison e Neymar, amenizou a tensão, mas não foi suficiente para responder todos os questionamentos.
Menos de uma semana após a reportagem do 'The Wall Street Journal' revelar que a rescisão do contrato de Neymar com a Nike foi rescindido em meio à investigação de assédio sexual do camisa 10 contra uma funcionária da empresa, o presidente da CBF atraiu para si os holofotes após uma funcionária da entidade protocolar uma denúncia de assédio moral e sexual contra dirigente, que já administrava uma crise política, com consequência desportiva, com a recusa dos jogadores em participar da Copa América no Brasil.
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Com registros de mais de 469 mil vítimas fatais da pandemia do novo coronavírus, a bola rolou em Porto Alegre. E entre as oito novidades em relação ao último jogo, na vitória por 2 a 0 sobre o Uruguai, em Montevideo, em novembro, Gabigol foi a principal delas. Credenciado pela esplêndida fase no Flamengo, com 15 gols em 15 jogos em 2021, o atacante voltou a ser titular com a camisa da seleção brasileira após cinco anos.
Com apenas 33 minutos em ação na Era Tite, Gabigol teve a ansiedade como primeiro adversário para driblar em Porto Alegre. A furada na tentativa de acertar uma finalização de primeira era um sinal de que o nervosismo estava em campo. Aos 41, o gol marcado após o cruzamento de Danilo foi anulado após o VAR confirmar o milimétrico impedimento. Mas a movimentação com Richarlison e Neymar foi promissora.
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O Brasil abriu o placar no segundo tempo, com Richarlison, aos 19, na falha de Domínguez. Com a surpreendente entrada de Gabriel Jesus no lugar do volante Fred, não haveria linha do Equador capaz de parar o quarteto ofensivo. Com muita velocidade e movimentação, Jesus teve a chance de ampliar, mas foi Gabigol teve as duas melhores chances, mas não conseguiu manter a média que defende com a camisa do Flamengo.
Aos 30 foi sacado para a entrada de Roberto Firmino, com o carinho cumprimento de aprovação de Tite. Com o domínio consolidado, sob a batuta de Paquetá e Neymar na armação, o segundo gol parecia estar maduro. Aos 43, Jesus sofreu pênalti de Preciado. Displicente, Neymar desperdiçou a primeira cobrança e, graças ao VAR, que alertou o adiantamento do goleiro, se redimiu e converteu na segunda chance.
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Líder das Eliminatórias Sul-Americanas, com 15 pontos e 100% de aproveitamento, o Brasil volta a campo na terça-feira para enfrentar o Paraguai, às 21h30, no Defensores del Chaco, em Assunção, mas com dúvidas sobre a permanência de Tite no cargo e a participação dos principais jogadores brasileiros na Copa América. Sem dúvida, uma trama digna de uma peça de Shakespeare.
BRASIL X EQUADOR

Local: Beira-Rio
Árbitro: Alexis Herrera (VEN)
Gols: 2º tempo - Richarlison (19 minutos) e Neymar (48 minutos)
Cartões amarelos: Fred, Éder Militão; Ángelo Preciado e Domínguez
Cartões vermelhos: -
Público: Jogo com os portões fechados

Brasil: Alisson, Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Alex Sandro; Casemiro, Fred (Gabriel Jesus) e Lucas Paquetá; Richarlison (Fabinho), Neymar e Gabigol (Roberto Firmino). Técnico: Tite

Equador: Domínguez, Ángelo Preciado, Arboleda, Arreaga e Estupiñán; Franco, Méndez (Estrada) e Gruezo; Mena (Cazares), Ayrton Preciado (Martínez) e Valencia (Jordy Caicedo). Técnico: Gustavo Julio Alfaro